Política

Heráclito participa da reunião no Jaburu convocada às pressas por Michel Temer

Fontes de Brasília revelam que foi discutido o conteúdo da delação do vice-presidente da Odebrecht

Segunda - 12/12/2016 às 12:12



Foto: Reprodução Michel Temer convocou uma reunião de emergência no Palácio Jaburu
Michel Temer convocou uma reunião de emergência no Palácio Jaburu

O presidente da República, Michel Temer, reuniu às pressas, na tarde de domingo (11), no Palácio Jaburu, em Brasília, os amigos mais chegados, segundo consta para discutir o pacote de medidas que pretende anunciar ainda nesta semana. Fontes de Brasília revelam, no entanto, que o conteúdo da delação do vice-presidente de Relações Institucionais da construtora Odebrecht, Cláudio Melo Filho, foi o assunto principal do encontro. Informações que circularam após a reunião revelavam que alguns aliados de Temer vão tentar anular a delação por causa do vazamento do depoimento de Cláudio Melo Filho.

No sábado (10), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou que vai pedir uma investigação sobre o vazamento do anexo de delação premiada do executivo da Odebrecht, que vazou na sexta-feira (9).  Nele, 40 nomes de políticos são citados por Cláudio Melo Filho com riqueza de detalhes sobre locais e datas dos encontros e os valores das propinas pagas a políticos. O próprio Michel Temer é acusado de arrancar dinheiro da Odebrecht. A propina teria sido entregue a assessores próximos de Temer, inclusive a Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil.

Ontem, entre os convidados de Temer no Jaburu estavam o deputado federal Heráclito Fortes (PSB), o “Boca Mole”, apelido com o qual é citado na delação de Cláudio Filho. Também esteve por lá o secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco Moreira Franco, o “Angorá”, além dos líderes do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA) e do PSD, Rogério Rosso (DF). Coube a Rosso informar à imprensa que o presidente estava "tranquilo". Mas pessoas que acompanharam a reunião revelaram que Temer estava indignado com o vazamento do conteúdo da delação.  

Bomba

São 82 páginas e um anexo, com conteúdo bombástico, entregues à Procuradoria Geral da República, onde o pagador de propina Claudio Filho cita 40 políticos, que receberam R$ 68 milhões para liberar projetos de interesse da Odebrecht no Congresso Nacional.

“Ao longo dos anos que mantive interlocução com o Senador Romero Jucá, participei de pagamentos a ele que hoje superam R$ 22 milhões. Como tive conhecimento, esses valores eram centralizados no Senador Romero Jucá e posteriormente redistribuído dentro de seu grupo no PMDB”, delata Cláudio Filho, acrescentando que Romero Jucá, o “Resolvedor da República no Congresso”, representava Renan Calheiros e Eunício Oliveira, dois aliados fortes do governo Temer.

Fonte: Redação

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