Esportes

Goleira agolana Bá vira cara da zebra africana no Rio

Em dois jogos, a goleira de 98kg trocou o anonimato pelo posto de principal cara da zebra africana

Terça - 09/08/2016 às 13:08



Foto: Reuters Goleira Bá, de Angola
Goleira Bá, de Angola

Quando Bá deixou Angola para participar da Olimpíada, mal podia imaginar o que lhe esperava no Rio de Janeiro. Em dois jogos, a goleira de 98kg trocou o anonimato pelo posto de principal cara da zebra africana do Grupo A do handebol feminino nos Jogos do Rio. Tímida e longe padrão atlético ideal, precisou de pouco tempo para se transformar na xodó dos brasileiros na Arena do Futuro. Com direito até a torcida organizada personalizada na vitória da última segunda-feira por 27 a 25 sobre Montenegro, atual vice-campeã olímpica.

Cada defesa era comemorada como se fosse um gol de Angola. E não foram poucas: 12 das 29 - ou 41% - bolas que foram em direção ao gol africano pararam em Bá. O carisma, os quilinhos a mais e as boas atuações viraram gritos de incentivo na voz dos brasileiros. Primeiro eles brincaram cantando que a goleira era ''melhor do que Neymar''. Depois adaptaram a música tradicional das partidas de futebol: ''P... que pariu, é a melhor goleira do Brasil... Bá!''. E teve espaço ainda para paródia da canção de Sidney Magal: ''Bá, eu te amo! Bá, eu te amo meu amor! Bá, eu te amo! O meu sangue ferve por você!''.

- Não contava com isso. Gostaria de agradecer a toda torcida e pedir que continuem nos apoiando. Acho que a música sobre Neymar é por causa desses dois jogos, né? Ele é craque, resolve. A torcida deve achar que estou resolvendo também. Mas não sou eu, somos todas nós - disse a tímida goleira após tirar várias fotos com os brasileiros.

Goleira Bá conquistou os brasileiros em duas partidas e ganhou várias músicas na Arena do Futuro (Foto: Reuters)

Se Bá fecha o gol, lá na frente quem resolve é Belinha. A jogadora de 26 anos já marcou 12 gols e ajudou Angola a vencer as duas partidas que disputou. E não foram jogos fáceis: Romênia, terceira colocada no Mundial de 2015, e Montenegro, prata em Londres. Um dado simples explica bem o tamanho desse feito: apesar de ter disputado várias Olimpíadas, a seleção africana chegou ao Rio com apenas uma vitória na história dos Jogos. Foi em 2012, contra a Grã-Bretanha, que tem uma seleção amadora e só participou do torneio por ser o país-sede.

- Temos que manter o mesmo nível de concentração. Não foi fácil. Montenegro é uma equipe muito forte como a Romênia. Estamos trabalhando para o nosso jogo melhorar. É isso que queremos. Daqui para frente só vitória. Vitória atrás de vitória - sonhou Belinha. 

No que depender do carinho do público brasileiro, o objetivo de Belinha estará mais perto de ser alcançado. Na próxima rodada, quarta-feira, outra pedreira: a atual bicampeã olímpica Noruega. Depois será a vez do Brasil, campeão mundial em 2013, na sexta. E pela confiança das angolanas, é bom as meninas da seleção abrirem o olho.

- Dá para ganhar do Brasil - avisou Bá.

Fonte: Globo Esporte

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