Foto: Reprodução

Mesmo com a súplica do sertanejo por chuva, a estiagem na região do semiárido não dá trégua. É a pior registrada nos últimos 50 anos. De acordo com dados do governo federal, 1.415 municípios sofrem com a, que afeta a vida de quase 22 milhões de brasileiros.

A falta de chuva atinge mais de 90% dos municípios do semiárido e ultrapassou a extensão das 1.135 cidades que o compõem.

O município de Paulistana, a 452 quilômetros au Sul de Teresina, é um dos mais afetados com a estiagem no Piauí, nos quatro primeiros meses deste ano spo choveu 12% do total da média histórica da região. O açude da cidade está com apenas 26% de sua capacidade. A Secretaria Nacional de Defesa Civil já decretou situação de emergência e estado de calamidade pública em 1.046 municípios.
A área mais atingida pela seca, o semiárido brasileiro, estende-se por oito Estados da Região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), além do norte de Minas Gerais, totalizando uma extensão territorial de mais de 980 quilômetros quadrados.

O agricultor João Bosco Rodrigues, morador da zona rural de Paulistana, a situação é uma das mais dificies que já enfrentou. "A situação já é feia. Se Deus não tiver compaixão, ninguém vai ficar com nada. E o período mais crítico ainda não começou, que é de agosto para a frente. Ano passado não plantei nada por causa da seca. Nunca vi dois anos diretos sem chuva, como já está acontecendo", disse.

A gravidade da situação levou o governo federal a investir R$ 32 bilhões nas chamadas obras estruturantes, que garantem o abastecimento de água de forma definitiva, como barragens, canais, adutoras e estações elevatórias. Além disso, anunciou no início deste mês mais R$ 9 bilhões em ações de enfrentamento à estiagem.
A previsão é que cada município atingido pela seca receba uma retroescavadeira, uma motoniveladora, dois caminhões (um caçamba e um pipa) e uma pá carregadeira. O governo também garantiu a distribuição de 340 mil toneladas de milho até o fim do mês de maio para serem vendidas aos produtores a preço subsidiado.

Dos 224 municípios do Piauí, apenas 25 não decretaram situação de emergência por causa da seca e em 79 deles a população é atendidas por carros-pipa. Um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), revelou que os açúdes e as barragens dos estado estão com menos da metade da capacidade total.

Para o coordenador do orgão José carvalho, a preocupação é priorizar o uso de água que os reservatórios ainda possuem. "Temos usar essa água apenas para o abastecimento humano, pois corremos um sério risco de desabastecimento do líquido para as famílias dessas regiões que vivem em torno desses rerervatórios", afirmou.