Geral

ABANDONO

Situação do INSS no Piauí prova o desmonte das instituições no Governo Bolsonaro

O prédio sede está praticamente abandonado, cheio de móveis quebrados e equipamentos obsoletos. Há muito desperdício e descaso

Da Redação

Sexta - 12/04/2024 às 13:46



Foto: Piauí Hoje Sede do INSS no Piauí, localizada no centro de Teresina, está abandonada
Sede do INSS no Piauí, localizada no centro de Teresina, está abandonada

A situação atual do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, no Piauí é o retrato fiel do desmonte das instituições públicas do país durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O descaso foi de tal magnitude que a maioria desses órgãos federais ainda não conseguiu restabelecer a rotina de trabalho.

No INSS, uma das mais importantes autarquias do país, o desmonte foi monstruoso. O prédio sede do órgão no Piauí, localizado no centro de Teresina, está numa situação de penúria. O abandono é total. O que se vê por lá são móveis quebrados, material de trabalho pelo chão,  rachaduras e vazamentos nos banheiros.

A sede do INSS no Piauí parece mais um edifício fantasma, um lugar mal assombrado porque, apesar do expediente de trabalho ser em dois turnos, é praticamente impossível encontrar funcionários no local, principalmente no período da tarde. A maioria dos servidores está em "home office".

Na quinta-feira passada (04.04), por volta das 15 horas, dois jornalistas do portal Piauí Hoje.Com estiveram na sede do INSS, no centro de Teresina, para tentar falar com um dos dirigentes, mas não havia nenhum deles por lá em pleno horário de trabalho.

Durante a visita, os jornalistas testemunharam muito descaso e desperdício de dinheiro público. As luzes de dezenas salas e dos corredores de todos os 11 andares do prédio estavam acesas.

A visita começou pelo 6º andar, onde fica o gabinete do gerente executivo, William Machado, e de outros dirigentes do INSS no Piauí. Por lá, às 15 horas, não havia uma pessoa sequer. As luzes estavam ligadas, mas nem mesmo o pessoal da limpeza estava lá. Todas as salas estavam trancadas. A situação era a mesma nos outros cinco andares acima do gabinete do gerente.

No quinto andar, onde fica o setor de engenharia e material, haviam dois servidores da casa e um terceirizado. Um era do setor de material e o outro, um advogado já em condições de aposentadoria.

No quarto andar, os jornalistas anotaram a presença de duas pessoas. A Seção Reconhecimento de Direitos, uma das mais importantes para os segurados estava fechada.

No terceiro andar, onde fica o setor de gestão de pessoas, havia apenas uma servidora e uma estagiária. As demais salas estavam fechadas, o mesmo ocorrendo no segundo andar, onde também só havia duas pessoas.

O vazio também era a marca do setor de benefícios, onde estavam duas estagiárias. A exemplo dos demais andares, a maioria das salas estava trancada e haviam muitas luzes acessas.

O local com maior número de servidores no meio da darde de quinta-feira (04), na sede do INSS do Piauí, era a Agência do Instituto localizada no térreo do edifício. Por lá estavam seis servidores, sendo quatro mulheres e dois homens, incluindo um perito médico. Havia também uma estagiária na distribuição de senhas e um vigilante.

Ao todo, na tarde de quinta-feira, haviam 17 pessoas na Gerência do INSS, contando com três vigilantes que estavam na portaria do prédio.

Pelo número de servidores que comparecem ao local de trabalho, apenas um dos 11 andares do prédio seria necessário para abrigar a Gerência Executiva do INSS no Piauí, o que evitaria imenso desperdício.

Mas o desmonte das instituições públicas do Brasil não é uma particularidade do INSS. A situação é praticamente a mesma em órgãos como a Receita Federal, Funasa, Incra e Ibama.

Ao Piauí Hoje.Com, o gerente executivo do INSS, William Machado, confirmou a informação de que a maior parte dos servidores está trabalhando em regime de home office. "Não tenho os números específicos, mas eu poderia dizer que talvez 70% dos nossos servidores trabalham home office", disse.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: