Brasil

ANS: Planos de saúde registram lucro de R$ 3 bilhões em 2023

Dados indicam recuperação do setor no cenário pós-pandemia, com alta de quase 400% em relação ao ano anterior

Da Redação

Sexta - 19/04/2024 às 08:49



Foto: Imagem do Google Consulta médica
Consulta médica

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou nessa quinta-feira (18) os dados econômicos-financeiros relativos ao quarto trimestre de 2023.  As informações financeiras enviadas pelas operadoras de planos de saúde à ANS mostram que o setor teve um lucro líquido de R$ 3 bilhões no ano passado. Este lucro representa cerca de 1% da receita total do período, que ultrapassou R$ 319 bilhões. Em outras palavras, para cada R$ 100 de receita, o setor obteve cerca de R$ 1 de lucro.

O desempenho financeiro do setor em 2023 foi o mais positivo desde a pandemia. Todos os segmentos tiveram resultados líquidos positivos em 2023: as administradoras de benefícios tiveram um lucro de R$ 406,4 milhões; as operadoras odontológicas, de R$ 652,8 milhões; e as médico-hospitalares, de R$ 1,93 bilhão.

As operadoras médico-hospitalares, que são o maior segmento do setor, terminaram o ano com um resultado operacional negativo de R$ 5,9 bilhões. No entanto, o resultado do quarto trimestre foi o melhor desde 2021.

Este prejuízo operacional foi compensado por um resultado financeiro recorde de R$ 11,2 bilhões, principalmente devido à remuneração das aplicações financeiras, que somaram quase R$ 111 bilhões no final do período.

Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação da ANS, disse que "os resultados são melhores do que o previsto para o setor. Se em 2022 o segmento médico-hospitalar registrou um prejuízo de R$ 530 milhões, 2023 trouxe um lucro de R$ 1,9 bilhão. Poderíamos até ter tido melhores números, mas ajustes contábeis significativos em operadoras maiores impactaram os resultados gerais. Estamos acompanhando de perto algumas dificuldades na gestão das operadoras. Por isso, enfatizamos a necessidade de revisão do modelo de gestão e atendimento, para que possam oferecer melhores serviços com melhor aproveitamento de todos os seus recursos. Não é uma tarefa fácil, mas as operadoras precisam encontrar uma solução", avaliou.

Em relação aos sinistros, o valor em 2023 foi de 87,0% (2,2 pontos percentuais abaixo do ano anterior), o que indica que cerca de 87% das receitas das mensalidades foram usadas com despesas assistenciais. Este resultado, embora ainda superior ao observado nos anos pré-pandemia e fortemente impulsionado por algumas das maiores operadoras do país, é o melhor dos últimos três anos.

A redução da sinistralidade atual em comparação com os mesmos períodos dos anos anteriores é resultado, principalmente, do reajuste das mensalidades dos planos - especialmente das grandes operadoras - em comparação com a variação das despesas.

Fonte: Agência Brasil

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