Economia

Falta vacina para a febre amarela em Teresina, alerta especialista

Piauí Hoje

Quarta - 16/01/2008 às 02:01



A confirmação de cinco casos de febre amarela no país tem provocado uma corrida aos postos de vacinação, mesmo nas áreas onde não há motivo para tanto desespero. Esse é o caso do Piauí, considerado uma área de transição, onde as pessoas só devem procurar a vacina se forem viajar para as regiões consideradas áreas de risco. "A vacina está em falta em Teresina porque estão sendo priorizadas outras áreas onde o risco é maior. Muitas pessoas mentem que vão viajar e assim quem precisa acaba ficando sem a vacina. Deve haver uma razoabilidade em relação a isso, já que existem situações prioritárias", disse o médico infectologista e diretor do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, Carlos Henrique Nery Costa. Como exemplo o médico citou o próprio Instituto Natan Portela, que recebeu 100 doses da vacina contra febre amarela no último final de semana e a vacina já está em falta. Ele destaca que no Piauí, a região Norte não apresenta risco de transmissão e só quem vai para a zona rural da região Sul do Estado deve tomar a vacina. "O ciclo de transmissão da febre amarela começa nas matas e é identificado quando macacos começam a morrer. A partir daí, são realizadas pesquisas para identificar a causa da morte, como vem sendo feito no país", explicou. O infectologista afirma que o mosquito - do gênero Haemagogus - que transmite o vírus da doença na mata não deixa esse habitat. "Os seres humanos que se expõem a esses ambientes podem ser picados pelo mosquito que, anteriormente, já picou o macaco infectado com o vírus. Na zona urbana o vírus passa a ser transmitido pelo Aedes Aegipty, que se picar o homem infectado passará o vírus para outras pessoas", disse. A continuação desse ciclo, segundo o médico, é o grande temor das autoridades públicas, já que a partir do primeiro caso a possibilidade de ocorrer uma epidemia urbana é muito grande. "Além disso, tem a presença do Aedes Aegipty. Se não existisse o mosquito nas cidades ninguém estaria tão preocupado com a febre amarela. Não sabemos como essa epidemia não se configurou ainda", disse. E com o período de chuvas, quando o número de mosquitos é maior, o medo da doença também aumenta. Em relação à dengue, a "vantagem" da febre amarela é que existe a vacinação. "A vacina tem eficácia durante 10 anos. Neste mesmo tempo tem as epidemias de febre amarela. A última ocorreu em 1995 e teve um caso próximo ao município de Floriano", disse. Ainda comparando-se com a dengue, os primeiros sintomas da febre amarela são os mesmos: febre alta, dor no corpo, dor de cabeça. "A doença pode parar por aí ou então avançar para a fase tóxica, onde os olhos ficam amarelados, a urina fica escura e há uma seqüência de hemorragias. Não dá para saber quem vai sobreviver", disse. A vacina contra a febre amarela só não é recomendável a gestantes, crianças menores de um ano e pacientes com imunodeficiências. "A vacina é eficaz e segura, mas a população precisa ter consciência", aconselhou.

Fonte: Diário do Povo

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