Polícia

Ex-jogador do 4 de julho morre atropelado em Piripiri

Domingo - 23/07/2017 às 17:07



Foto: Montagem/Paulo Pincel Curiquinha
Curiquinha

Antônio Evangelista, o "Curiquinha", 80 anos, foi atropelado e morreu por volta das 6h deste domingo (23) a metros da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, onde assistiria a missa dominical. O veículo atropelador, de cor prata, não foi localizado. Curiquinha foi jogador e um grande incentivador do futebol em Piripiri. A morte dele foi lamentada nas redes sociais pelos amigos e fãs. 

"Se alguém tiver visto o acidente que aconteceu na Avenida Tomaz Rebelo, que vitimou meu avô, Curica, por favor, entre em contato. Já sabemos que é um carro prata e já acionamos a polícia. Atropelou ele sem prestar socorro. Mas aqui se faz, aqui se paga! Deus no controle", relatou uma das netas da vítima, Cínthia Resende, por meio de redes sociais.

O velório acontece na residência da família, à Rua Duque de Caxias, 363, no Centro de Piripiri. O enterro será no nfinal da tarded, no cemitério do município.

Em homenagem a Curica, publicamos o que escreveu o advogado, jornalista e "boleiro" Raimundo Filho, no Facebook.

"Morreu, na manhã de hoje (23), em Piripiri, o Curiquinha. A morte é algo na vida que não se prevê. Mas algumas são mais inimagináveis que outras. Curiquinha que, quando atleta, era veloz e arisco, morreu atropelado, às 6h da manhã de um domingo pacato, quando se deslocava para a missa. Difícil imaginar que tipo de motorista não enxerga – ou, enxergando, não desvia - numa avenida larga e vazia, de uma cidade do interior, um senhor de passos arrastados, atravessando a via. As circunstâncias ainda se apuram. Mas não quero falar delas, pq a irresponsabilidade e a negligência no trânsito já se institucionalizaram em Piripiri. E quem se meter a consertar será reprovado pela população, que prefere as concessões às soluções. Só esta semana presenciamos duas mortes no trânsito. A do Curiquinha, pra mim, doeu bem mais. Foi na casa dele, ali “X” com o mercado público, que minha paixão pelo futebol se acirrou na infância. Era lá a concentração e o pós-jogo da seleção de Piripiri, quando o 4 de Julho ainda não se profissionalizara. Se cada um prefere sua aldeia, como diria Heródoto, cada um também prefere os ídolos naturais de sua aldeia. E foi nos corredores e nos batentes da casa de Curiquinha que eu vi desfilar Manoelzinho, Derica, Marco Antônio, Ciríaco, Cabo Rei, Pontinha, Macaúba, Edilson Petinha, Sabará, Flávio, todos sob a batuta do então jovem médico, prefeito e jogador, Luiz Menezes, o que para a sociedade da época era meio inusitado. Eu não só os via: eu os tocava, sem o alambrado que me separava deles no estádio. Os que são criados na roça ouvem estórias sob a luz do candeeiro e sonham olhando pro céu, mirando as estrelas. As minhas estrelas estavam ali. Na minha frente. E eu só queria, quando crescer, ser um deles. Naquele vai-e-vem de atletas, Curiquinha me deixava circular por lá. E, na saída dos jogadores da humilde concentração pro estádio, a voz dele me incluía: Leva o Pãozinho! Era tudo o que eu queria. E eu ia, eu fui e, hoje, ele se foi. Mas fica a minha gratidão, o reconhecimento de uma cidade e, aos colegas Teca, Haroldo Sergio Resende, Amarildo e Mariola, os votos para que Deus os conceda resignação por inestimável perda física. Porque quem povoa a memória dos outros nunca morre em definitivo" 

Fonte: Redação

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