A Colônia Penal Feminina de Buíque, situada no Agreste de Pernambuco, é agora o local onde a influenciadora, empresária e advogada Deolane Bezerra está cumprindo pena, após ter sua prisão domiciliar revogada. Este é o mesmo presídio onde as infames "canibais de Garanhuns" cumprem suas sentenças, mulheres condenadas por assassinatos e pelo ato de vender carne humana disfarçada em salgados.
Deolane Bezerra foi transferida para a unidade prisional no Agreste, distante cerca de 280 quilômetros do Recife, após ser acusada de envolvimento em lavagem de dinheiro ligada a jogos ilegais. Ela estava sob custódia no Recife e havia sido liberada com um habeas corpus concedido na segunda-feira (9). Contudo, a Justiça entendeu que ela violou as medidas cautelares ao interagir com a imprensa e seus seguidores, o que levou à decisão de sua transferência.
A transferência para a Colônia Penal Feminina de Buíque visa diminuir a aglomeração que se formou em frente ao presídio no Recife e a manter Deolane longe da influência direta de grandes centros urbanos, conforme indicado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Com essa mudança, Deolane Bezerra dividirá espaço com Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, ambas condenadas em 2018 por envolvimento em crimes hediondos. Enquanto isso, Jorge Negromonte da Silveira, outro condenado do mesmo caso, cumpre pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.
A Colônia Penal Feminina de Buíque enfrenta uma situação crítica de superlotação, com 264 presas em um local projetado para apenas 107. O g1 Caruaru contatou a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco para confirmar a população carcerária atual, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
A penitenciária é dividida em dois pavilhões, um para 70 detentas e outro para pouco mais de 30.
Caso Deolane Bezerra
Em 4 de setembro, Deolane Bezerra foi detida durante a Operação Integration, que visava desmantelar uma rede envolvida em movimentação de aproximadamente R$ 3 bilhões através de lavagem de dinheiro oriundo de jogos de azar. A operação resultou na prisão de mais de 10 indivíduos, incluindo Darwin Henrique da Silva Filho, proprietário da casa de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.
Deolane, que confirmou a compra de um Lamborghini Urus S por R$ 3,85 milhões de Darwin, está sendo investigada por suspeitas de lavagem de dinheiro. As autoridades alegam que transações de alto valor, como a compra de carros de luxo, são indícios de lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho e apostas esportivas. A Justiça decretou o sequestro de bens no valor de R$ 2,1 bilhões e o bloqueio de ativos financeiros relacionados.
Em julho, Deolane estabeleceu a empresa de apostas ZEROUMBET com um capital de R$ 30 milhões, que, segundo a polícia, foi criada para lavagem de dinheiro. O bloqueio de R$ 20 milhões da influenciadora e R$ 14 milhões de sua empresa também foram decretados. Deolane declarou na delegacia ter uma renda mensal de R$ 1,5 milhão e a suspeita é que sua mãe, Solange Bezerra, também estivesse envolvida no esquema, com o bloqueio de R$ 3 milhões de suas contas.
Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de imóveis, embarcações, aeronaves e veículos de luxo. Após a prisão, Deolane publicou uma carta em seu Instagram alegando ser vítima de uma grande injustiça e reafirmando sua inocência. Na noite de 9 de setembro, uma nova carta foi divulgada, na qual agradeceu o apoio dos seguidores e afirmou sua inocência.
O escritório Adélia Soares Advogados, responsável pela defesa de Deolane e sua mãe, afirmou que o inquérito está em segredo de Justiça e que a influenciadora está disposta a colaborar com as investigações. A Esportes da Sorte também se manifestou, reafirmando seu compromisso com a verdade e a conformidade legal.
Fonte: G1
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