Educação

Ensino privado no Brasil fica abaixo da média de países ricos em ranking

Os alunos da rede particular do Brasil apresentam resultados superiores à média nacional no Pisa 2015, mas ainda ficam abaixo da média

Terça - 06/12/2016 às 16:12



Foto: Agência Brasil Estudantes
Estudantes

Os alunos da rede particular do Brasil apresentam resultados superiores à média nacional no Pisa 2015, mas ainda ficam abaixo da média dos países ricos em matemática e ciências. Em leitura, a nota é a mesma da OCDE (entidade que reúne países desenvolvidos e que organiza a avaliação internacional).

A rede particular tem nota 487 em ciências e 463 em matemática, contra 493 e 490 da média da OCDE, respectivamente nas duas áreas. Em leitura, a média das escolas privadas no Brasil é a mesma dos países da OCDE: 493. Os dados por rede foram

 divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC responsável pelo Pisa no Brasil. 

O Pisa é considerado a mais importante a avaliação internacional de educação básica. A prova é aplicada a alunos entre 15 e 16 anos de 70 países, incluindo o Brasil.

Entre os países da OCDE, o desempenho em ciências de um aluno de nível socioeconômico mais elevado é, em média, 38 pontos superior ao de um aluno com um nível socioeconômico menor. No Brasil, esta diferença corresponde a 27 pontos, o que equivale a aproximadamente ao aprendizado de um ano letivo.

 O nível socioeconômico dos alunos é um dos fatores mais relevantes no sucesso escolar de acordo com vários estudos. Para Cláudia Costin, professora visitante da Universidade de Harvard e colunista da Folha, essa menor diferença no Brasil indica que nem os mais ricos –matriculados em geral estudam em escolas particulares ­ têm tido uma formação adequada.

"Isso reforça a tese de que o problema no país é a qualidade do professor. Esse aluno mais rico provavelmente está em uma escola privada, de melhor qualidade", diz. "As escolas podem ter uma série de diferenças, mas o que elas têm em comum são professores com a mesma estrutura de formação".

 Cláudia ainda reafirma que o Brasil precisa tornar a carreira docente mais atrativa. "É óbvio que aumentar salários não vai impactar dois anos depois. Mas o efeito do aumento é tornar a profissão mais atraente. Uma nova geração de jovens vai querer fazer faculdade, é coisa de longa prazo"

Fonte: Folha de São Paulo

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