Política

Diretor da J&F afirma ter pago R$ 42 milhões ao PP

Os valores, segundo ele, foram negociados pelo próprio senador Ciro Nogueira

Terça - 23/05/2017 às 17:05



Foto: Montagem O Mapa da Mina
O Mapa da Mina

O executivo Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais e Governo da holding J&F, dona do frigorífico JBS, afirmou na delação à Lava Jato, ter pago mais de 500 milhões de propina a quase 2 mil políticos. Desses, mais de R$ 42 milhões foram pagos ao Partido Progressista e a liberação das doações foram  negociadas pelo presidente nacional do PP, senador piauiense Ciro Nogueira, segundo o delator.

Na delação aos investigadores da Operação Lava Jato, Saud revelou que Ciro pediu todas as doações e que 95% foram feitos de forma dissimulada, ou seja, “propina depositada na conta do partido nacional e de lá ele distribuía. Teve um pagamento só dele em espécie que foi de R$ 2,5 milhões que foi feito por um supermercado lá de Piauí, que aí eu não posso falar quem tirou e quem entregou. Ele mesmo organizou isso e nós fomos depois e quitamos a nota fiscal do supermercado que já ia mesmo pagar a gente”.

Odebrecht

Ciro Nogueira também foi citado em delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht, o que levou o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a autorizar a abertura de um inquérito para investigar as denúncias contra o senador, que é suspeito de receber da Odebrecht cerca de R$ 1,6 milhão, entre 2010 e 2014 para o PP e para a própria campanha eleitoral ao Senado.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a investigação, autorizada por Fachin, com base nas delações premiadas de José de Carvalho Filho, Cláudio Melo Filho, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Carlos José Fadigas de Souza Filho, executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Outro lado

Quase uma semana depois que estourou a "bomba" JBS em Brasília, o senador Ciro Nogueira ainda não se pronunciou sobre as novas denúncias contra ele, agora partidas do diretor da J&F, Ricardo Saud. Em relação ao dinheiro doado pela Odebrecht, Ciro Nogueira  disse, à época, ao Jornal Nacional (TV Globo), que recebia as doações como presidente do PP, mas que todos os valores foram legalmente doados e declarados à Justiça Eleitoral.

Fonte: Paulo Pincel

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