Foto: André Durão

Dunga fez questão de se distanciar da crise de corrupção que assola a Fifa e a CBF. Depois da vitória do Brasil por 2 a 0 sobre o México, o treinador da seleção disse que os assuntos extra-campo não afetaram o seu elenco.

"[Não mexeu de] nenhuma forma. Estamos muito concentrados no campo e no futebol. É onde podemos dar alegria aos torcedores. Pelas declarações dos jogadores, o torcedor entendeu muito bem que estamos aqui para jogar futebol", disse Dunga.

A confederação brasileira é uma das protagonistas do escândalo deflagrado há uma semana e meia, quando autoridades de EUA e Suíça indiciaram 14 cartolas e prenderam sete deles em Zurique. Entre eles estava José Maria Marin, ex-presidente da CBF e até então vice de Marco Polo del Nero, atual mandatário da entidade.

O homem que contratou Dunga está detido na Suíça acusado de crime fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro. O caso, como um todo, teria movimentado US$ 150 milhões em propinas e envolve pelo menos outros dois cartolas brasileiros.

Marco Polo del Nero, um dos possíveis envolvidos, está pressionado. Embora negue qualquer participação, o presidente da CBF articula uma manobra nos bastidores para mudar as regras de sucessão na entidade, o que indicaria uma possível renúncia.

Até o momento, a seleção brasileira só foi implicada no caso indiretamente. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a verba paga por empresários do Qatar por um amistoso da seleção contra a Argentina, em 2010, teria sido desviada para os bolsos de Ricardo Teixeira e Julio Grondona. O montante seria o pagamento pelo voto dos cartolas no país árabe na eleição para sede da Copa de 2022.