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Conselho contesta diretor de Maternidade sobre morte de bebês

Quinta - 07/01/2016 às 15:01



Foto: Andressa Figueredo Marcelino Martins
Marcelino Martins
O presidente do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Piauí - Crefito 14 -, Marcelino Martins, contestou a explicação dada pelo diretor da maternidade Evangelina Rosa, José Araújo Brito, sobre as mortes de bebês ocorridas na unidade. Em entrevista a um portal de notícias, Brito afirmou que os bebês morreram por serem prematuros.



Para Marcelino, as equipes médicas que realizam o partos na Maternidade estão incompletas, já que não dispõem de fisioterapeutas, profissionais imprescindíveis ao procedimento, principalmente quando se trata de bebês prematuros.



“O Conselho já expediu vários ofícios ao Governo do Estado alertando sobre a carência de fisioterapeutas nas maternidades. Isso, além de ser uma exigência legal, é fundamental para a saúde da mãe e do bebê. Muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se a equipe médica tivesse completa ”, declara o fisioterapeuta.



No ano de 2015, 314 recém-nascidos morreram na maternidade Dona Evangelina Rosa. Já em 2016, uma morte de bebê já foi registrada, agravando mais essa triste estatística. "Os bebês prematuros já experimentam de uma série de comprometimentos, dentre eles a respiração, que pode ser estimulada por um profissional de fisioterapia", salienta Marcelino.



Para o presidente, no caso da carência de fisioterapeutas na Evangelina Rosa, R$ 60 mil mensais seriam suficientes para sanar o déficit desses profissionais e, assim, diminuir o número de mortes dos bebês. Hoje, faltam cerca de 18 fisioterapeutas na Maternidade. “Entendo que se trata de um investimento pequeno para o Estado, que geraria muitos ganhos na saúde pública”, afirma o presidente do Crefito.



Ainda segundo o Conselho, as maternidades e hospitais da rede pública e privada de Teresina também descumprem a Portaria 930/2012, do Ministério da Saúde, que versa sobre a UTI Neonatal e os cuidados a recém-nascidos que estão em estado grave ou potencialmente grave de saúde.



“Não cumprem, por exemplo, a determinação de que precisamos de um fisioterapeuta exclusivo para cada 10 leitos ou fração, em cada turno. Com a presença desses profissionais, a realidade poderia ser outra”, finaliza Marcelino.
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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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