Congressistas cobram mudança na política de preços da Petrobras

Desde junho do ano passado, a estatal anunciou que os reajustes dos combustíveis passariam a ser diários


Pedro Parente.

Pedro Parente. Foto: © REUTERS/Sergio Moraes

Integrantes da cúpula do Congresso Nacional cobraram nesta sexta-feira (25) mudança na política da Petrobras para os preços dos combustíveis, movimento que se soma à pressão, por parte de alguns parlamentares, pela saída do presidente da estatal, Pedro Parente.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que é do partido de Temer, defendeu a abertura da planilha de valores da estatal.

"Cabe ao Executivo mudar a política de preços da Petrobras. No meu entendimento, ela está equivocada", afirmou Eunício. Ele disse que o Congresso irá promover uma comissão geral na próxima terça-feira (29) para discutir a crise dos combustíveis.

Desde junho de 2017 a estatal anunciou que os reajustes dos combustíveis passariam a ser diários. Os preços são influenciados pelo valor internacional do barril de petróleo e pela cotação do dólar.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que também é aliado do governo, afirmou que a política de preços precisa passar por ajuste para evitar aumentos diários e sucessivos em períodos de alta acentuada do petróleo.

"Isso está errado, a Petrobras pode mudar. Não significa interferência no preço dela. Ela não deveria todo dia transferir o preço do aumento do câmbio, da desvalorização do câmbio pro preço. É uma questão de organização da política da Petrobras, não é uma interferência na política da Petrobras, são coisas diferentes", disse. 

Para o deputado, o governo deveria compensar o aumento do preço do petróleo reduzindo impostos regulatórios, como Cide e PIS/Cofins.

No acordo assinado na quinta (24) com movimentos de caminhoneiros para buscar o fim da greve, o governo deixou claro que os termos do compromisso não afetariam a política de preços e a autonomia da Petrobras.

Maia afirmou não defender a saída de Parente."Confio nele, não acho que ele é o problema. Acho que ele acredita, e quando a gente acredita as vezes a gente pode errar, mas acho que ele tem muito bom senso de entender que pode ser construída uma regra em que a Petrobras não saia prejudicada, mas que a sociedade não tenha essa instabilidade permanente."

Congressistas têm defendido a demissão do presidente da estatal -incluindo governistas como o senador tucano Cassio Cunha Lima (PSDB-PB).

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) faz coro com o tucano. Para ele, Parente tem uma visão estritamente empresarial e ignora o cenário econômico e social.

"Se você acha que é dono da verdade e não tem conversa, não tem condições de continuar [no cargo]. Acho que se ele não se sente confortável em mudar a prática, ele mesmo deveria sair", disse.

Líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC) não concorda com o desligamento de Parente, mas ressalta que ouviu muitas reclamações de empresas sobre a política da estatal.

"Estabelecer uma média para corrigir por mês, ou trimestralmente, é o que pleiteiam as empresas transportadoras por uma questão de segurança jurídica", disse.

O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) criticou Cunha Lima, afirmando que sua declaração foi irresponsável. "Parente está fazendo um trabalho excepcional de recuperação da empresa", afirmou ele, segundo quem as legítimas reivindicações de caminhoneiros estão misturadas a "interesses empresariais, especulação comercial, oportunismos políticos de setores radicais à direita e à esquerda, equívocos governamentais e inércia do Congresso".

Fonte: Noticias ao minuto

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