Polícia

Ilana e Josiane depõem e revelam crime em detalhes

Ilana Lima lembrou que a irmã foi morta sem chance de defesa. E chorou

Quinta - 23/11/2017 às 13:11



Foto: Reprodução/cidadeverde.com Ilana Lima Barbosa depõe como vítima de tentativa de homicídio
Ilana Lima Barbosa depõe como vítima de tentativa de homicídio

O depoimento de Ilana Lima Barbosa, primeira testemunha a depor, na condição de vítima, foi esclarecedor e decisivo. "Ele tinha ciúmes de tudo, até se uma pessoa olhava para ela. Sempre tentava descobrir a senha do celular.... No dia da festa, ele disse que estava passando mal e foi buscar a gente no banheiro para ir embora. Lá fora, ele perguntou se minha irmã achava que ele era criança porque ela [Iarla] tinha dançado com todo mundo. Mas minha irmã só dançou com os nossos amigos. Logo, ele pegou a arma e disparou", lembrou a irmã de Iarla, que chorou durante o depoimento.

"No dia anterior ao que aconteceu, ele dormiu com ela lá em casa. Já na manhã de domingo, minha irmã disse que ia terminar porque ele era muito ciumento, mas não sei se ela chegou a terminar", acrescentou Ilana. “Quando entrou no carro ele já alterou a voz e perguntando se não achava se ele era criança. A única coisa que ela falou é que não achava que ele era criança e depois ele já pegou a arma. Ela viu e falou: ‘por favor não faz isso’. Aí logo em seguida ele efetuou o disparo”. 

Ilana viu a irmão ser baleada e em seguida a arma ser apontada para ela. “Ele apontou, eu vi a direção da arma e virei a cabeça, eu não estava sentada exatamente atrás dele, estava um pouco no meio. Só que quando ele virou e começou a efetuar os disparos, eu abaixei a cabeça. A minha amiga estava encostada na outra porta. Joseane abriu a porta, eu nem vi quando ela abriu. Ela abriu e saiu e eu continuei dentro do carro e quando vi que [o corpo da] Iarla caiu para o lado dele, eu fiquei olhando para ela. Ele começou a dar a ré. Eu tentei sair do carro do lado que estava, mas não consegui. Do outro lado a porta estava aberta, foi quando saí correndo e pedi ajuda. Na hora que saí do carro, ele saiu muito rápido. Eu fiquei caída no chão, me levaram para o hospital e só depois eu soube da notícia [da morte]. Fiquei sabendo umas duas horas depois”, disse Ilana, churando, no depimento.

Sem chande de defesa

Josiane Mesquita foi a segunda testemunha ouvida, também na condição de vítima. "Eles saíram da festa de mãos dadas [...] Já no carro, ele perguntou se a Iarla pensou que ele era criança e já foi atirando. Ela [Iarla] não teve chances de falar nada", lembrou, chorando. Atingida por dois disparos, Josiane revelou que o tiro que a atingiu no peito seria fatal. "A bala do peito pegou de raspão. Os médicos falaram que se tivesse entrado, eu teria morrido. Só não entrou por conta do aro do sutiã que sacou fora. Fui salva pelo sutiã”.

Um oficial da Polícia Militar do Piauí, o capitão Raphael Feitosa Nepomuceno Marques, foi a terceira testemunha a falar durante a audiência. Em seguida, falou Arthur Rodrigues, amigo que dividia o apartamento com o ex-tenente.

Arthur lembrou ter encontrado José Ricardo ferido na perna, no banheiro do apartamento, com a pistola na mão e um celular na outra. Ele repetia que tinha acabado com a vida dele. Que tinha atirado na namorada. Arthur afirmou ter descido ao estacionamento e visto o corpo de Iarla pela janela do veículo, no banco do carona, debruçada com um tiro nas costas. Foi Artur quem acionou a polícia. Depois subiu com outro militar, o capitão Raphael Feitosa Nepomuceno Marques, que também depôs. Foi ele quem desarmou o acusado e o levou para o hospital.

Durante boa parte da audiência, José Ricardo permaneceu de cabeça de baixa, olhando para o chão. Maurício Bezerra, advogado de defesa do réu, acredita que não deverão prosperar as qualificadoras - “motivo torpe” e “impossibilidade de defesa da vítima” - que foram acrescidas ao processo.

Já a advogada Karla Oliveira, que representa as vítimas,  garante que a Justiça já tem indícios suficientes da materialidade do crime, que vai a júri popular, se depender da acusação.

Fonte: Paulo Pincel

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