Brasil

Desequilibrado, zagueiro do Botafogo dá cartão para juiz

Piauí Hoje

Quinta - 06/11/2008 às 02:11



Com um gol do Estudiantes, da Argentina, logo aos três minutos do primeiro tempo, o Botafogo deu adeus ao sonho de avançar para as semifinais da Copa Sul-Americana e conquistar qualquer título na temporada de 2008. O Glorioso, que chegou a estar perdendo por 2 a 0, empatou em 2 a 2, nesta quarta-feira, no Engenhão.Em campo, o confronto foi marcado por confusões. O auge do descontrole foi protagonizado pelo zagueiro André Luis que perdeu a cabeça no segundo tempo e, ao perceber que seria expulso, arrancou o cartão amarelo das mãos do árbitro chileno Carlos Chandía. Os gols argentinos foram marcados por Angeleri e Salgueiro, com Lucio Flavio, de pênalti, e André Luis, esses no segundo tempo, marcaram para o Botafogo."Acho que valeu pelo espírito de luta, mas não pode dar branco no time como aconteceu no primeiro tempo. Infelizmente o Renan falhou no primeiro gol. Porém, nós também cometemos erros. Não podemos deixar um jogador chegar tabelando em nossa área", reclamou o zagueiro Renato Silva.O Glorioso entrou em campo com a obrigação de vencer, no mínimo, por dois gols de diferença para levar a decisão da vaga para as quartas-de-finais para os pênaltis, pois foi derrotado na Argentina por 2 a 0. No compromisso desta quarta-feira, o técnico Ney Franco não teve o cabeça-de-área Túlio, expulso no primeiro confronto. No entanto, o apoiador Lucio Flavio se recuperou de um problema muscular e atuou.O jogoEsperança, incentivo e muita vontade. Foi desta maneira que a equipe do Botafogo entrou em campo. Porém, o torcedor que levou mais de cinco minutos para entrar no Engenhão teve a sorte de não ver a ducha de água fria que a equipe sofrer o gol logo no início da partida. Em uma jogada pela direita, o lateral Angeleri entra na área, ajeita e bate cruzado. A bola ainda resvala em um jogador do Botafogo, mas o goleiro Renan leva o gol de maneira ridícula. A falha custaria ao Glorioso a obrigação de ter de vencer por quatro gols de diferença.Após o gol, o Estudiantes passou a jogar inteligentemente. Seus defensores marcaram em cima os responsáveis pela criação das jogadas no meio-de-campo carioca. O apoiador Carlos Alberto percebeu que suas tentativas de jogadas individuais ficariam complicadas, principalmente pelo fato de a chuva ter prejudicado o toque de bola dos brasileiros. O único sopro de força veio da arquibancada do Engenhão, mas o apoio dos torcedores não surtiu o menor efeito sobre os jogadores alvinegros.Apesar de toda a posse de bola e pressão, o Botafogo não soube tirar o Estudiantes do seu campo de defesa. A melhor jogada aconteceu aos 27 minutos por intermédio de Lucio Flavio. O camisa 10 deu um drible de corpo em dois adversários, conduziu e chutou. Porém, como a marcação argentina já estava em cima, ele arriscou o chute que saiu sem perigo pelo lado esquerdo do gol.Para fechar o caixão e selar o futuro magro do Botafogo até o final deste ano, Verón recebeu no meio e deu um belo toque para Salgueiro, aos 36 minutos. O atacante, mesmo marcado por um defensor, dominou e acertou o canto esquerdo de Renan, que dessa vez não teve o que fazer. Desse momento em diante, ficou claro que a paciência do torcedor acabou em relação ao grupo. A principal insatisfação foi com o camisa 6 Triguinho, que, ao cometer uma falta, teve de ouvir dos próprios botafoguenses: "Expulsa, expulsa!!!". Até o final do primeiro tempo, o Botafogo foi obrigado a jogar sob os protestos irônicos e gritos de "olé".Reação e destemperoCom a eliminação já sacramentada, a partida tornou-se chata. A maneira encontrada pela torcida para protestar foi cantar a escalação da equipe campeã brasileira de 1995. O técnico Ney Franco bem que tentou alguma coisa. Ele promoveu as entradas do apoiador Lucas Silva e Luciano Almeida nas vagas de Triguinho e Thiaguinho, respectivamente.Aos dez da etapa final, Wellington Paulista conseguiu ganhar uma dividida dentro da área. De calcanhar, ele rolou para Lucio Flavio, que chutou de primeira. Mesmo sem pegar tão bem na bola, o camisa 10 alvinegro criou dificuldades para o goleiro Andújar. No entanto, aos 12, o zagueiro Renato Silva se lançou ao ataque e sofreu o pênalti. Lucio Flavio cobrou e diminiu um minuto depois, mas o nome do defensor continuou sendo gritado pelos torcedores, o do apoiador não foi lembrado.As alterações do comandante alvinegro deixaram a equipe bem mais solta. Aos 20, após cobrança de escanteio pela esquerda, a bola sobrou para o defensor André Luis, que dominou e encheu o pé para empatar. Mas, como há coisas que só acontecem com o Botafogo, o próprio zagueiro foi expulso depois de uma cena curiosa. Ele, que já tinha amarelo, seria expulso por causa de um desentendimento com Verón. Quando o árbitro se preparava para puxar o vermelho, o camisa 4 do Botafogo arrancou o cartão da mão de Carlos Chandía.Não é necessário dizer que a motivação alvinegra foi por água abaixo com a expulsão. Jorge Henrique e Carlos Alberto tentaram de todas as maneiras desestabilizar o argentino Verón. Só que assim como toda a sua equipe, o craque não se deixou levar pela provocação adversária. Ao sair de campo substituído por Moreno, ele ainda deu adeus aos botafoguenses na arquibancada do Engenhão. Triste eliminação para o clube da Estrela Solitária, que agora só espera o ano acabar o mais rápido possível.BOTAFOGORenan, Thiaguinho (Luciano Almeida), Renato Silva, Andre Luis e Triguinho (Lucas Silva); Diguinho, Leandro Guerreiro, Lucio Flavio e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista (Fábio).Técnico: Ney FrancoESTUDIANTESAndújar, Angeleri, Cellay, Desábato e Juan Díaz; Galván (Sánchez), Braña, Verón (Moreno) e Benitez; Salgueiro (Calderón) e Boselli.Técnico: Leonardo AstradaData: 05/11/2008 (Quarta-feira)Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)Árbitro: Carlos Chandía (Chile)Auxiliares: Cristian Julio (Chile) e Sérgio Román (Chile)Cartões amarelos: Thiaguinho, Renato Silva, Andre Luis e Jorge Henrique (BOT); Cellay, Diaz, Salgueiro, Verón e Calderón (EST).Cartão vermelho: André Luis (BOT).Gols: Angeleri, aos três minutos; e Salgueiro, aos 36 minutos do primeiro tempo. Lucio Flavio, de pênalti, aos 13 minutos; e André Luis, aos 20 minutos do segundo.

Fonte: Uol Esporte

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: