Foto: Lícia Dantas
As bandeiras estaduais na Alameda dos Estados, em Brasilia estão rasgadas
Por Luiz Brandão
De Brasília - Na data em que se comemora os 127 anos da Proclamação da República do Brasil, o que restou das bandeiras dos estados, em frente ao Congresso Nacional, mostra um pouco do descaso dos poderes para com os demais entes da Federação.
Todas as bandeiras dos 26 estados e do Distrito Federal (DF) estão rasgadas ou desbotadas. Elas ficam na Alameda dos Estados. A área onde estão é sempre muito ventilada, fazendo com que elas tremulem o ano inteiro, o que faz com que o tecido se rasgue. Por lei, essas bandeiras devem ser substituídas sempre que houver necessidade.
A bandeira de Pernambuco está no fim................. ..... . e a do Paraná sumiu de tão velhaFotos: Lícia DantasA bandeira de Pernambuco é uma das que se encontram em pior situação. Além de rasgada, o que sobrou dela está amarrado a meio-mastro para evitar machucar as pessoas que por ali passam .
Um pouco mais à frente está a bandeira de Santa Catarina. E é outra em "situação de calamidade". O Estado é um dos mais ricos do País, mas seu "pavilhão" está em petição de miséria. Ela está praticamente só o cardão.
Pelo jeito das outras, a situação da bandeira do Paraná seria mais calamitosa ainda. Onde ela deveria estar ficou só o mastro com o nome do estado, também um dos mais ricos e desenvolvido do País.
"Ali ficou só o pau da placa", diz a estudante piauiense Lícia Avelino da Nóbrega, apontando para o mastro da bandeira do Paraná. Lícia tem 16 anos e está em visita a Brasília desde domingo em companhia de amigos. A bandeira do Piauí, o estado da jovem turista, é uma das que estão em melhor situação.
A Praça dos Três Poderes é um ponto turístico do BrasíliaFoto: Foto Divulgação do GDFPRAÇA DOS TRÊS PODERES - Os mastros de 10 metros são enfileirados e as bandeiras dos estados são hasteadas de forma permanente, em ordem alfabéticas, numa espécie de galeria a céu aberto, em frente ao Congresso Congresso Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Projetada pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lucio Costa, a Praça é uma das principais atrações turísticas da capital federal. Ela reúne as sedes dos três poderes do Estado Brasileiro: Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
O lugar também abriga o Centro Cultural Três Poderes. É subordinado à Secretaria de Cultura do Distrito Federal, que administra as atividades dos três espaços culturais da Praça: o Museu Histórico da Cidade, com inscrições históricas sobre a construção da cidade; o Espaço Lucio Costa e sua enorme maquete de Brasília, e o Panteão da Pátria, com obras em homenagem aos heróis nacionais.
Na Praça do Três Poderes também estão monumentos de renomados artistas internacionais, como Os Candangos, de Bruno Giorgi; A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, em frente ao STF; O Pombal e a Pira da Pátria, de Niemeyer; e o Mastro da Bandeira, que tem a maior bandeira nacional permanentemente hasteada do mundo. Na mesma área também está a Catedral de Brasília, a Esplanada do Ministérios e o Teatro Nacional.
Mapa do Brasil e seus estadosFoto: Aquivo do IBGEO ESTADOS - A República Federativa do Braisl é composta por um Distrito Federal (DF) e 26 estados: Acre (AC), Alagoas (AL), Amapá (AP), Amazonas (AM), Bahia (BA), Ceará (CE), Espírito Santo (ES),Goiás (GO), Maranhão (MA), Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Paraíba (PB), Paraná (PR), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS), Rondônia (RO), Roraima (RR), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP), Sergipe (SE) e Tocantins (TO).
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A estudante Lícia Dantas da Nóbrega em frente ao CongressoFoto: Luiz BrandãoA REPÚBLICA - No dia 15 de novembro comemoramos a instalação da República no Brasil, uma forma de governo na qual o povo exerce a sua soberania por meio da escolha do chefe da nação. Este foi um capítulo muito importante na história do Brasil, já que hoje vivemos em um regime democrático.
COMO FOI - Antes de se tornar uma República, o Brasil era um Império. Em outras palavras, éramos independentes de Portugal, no entanto, todas as decisões eram tomadas de forma unilateral pelo imperador, D. Pedro II. A monarquia começou a ficar enfraquecida no fim do século XIX, período em que o Brasil passava por uma série de mudanças sociais e econômicas.
FIM DA ESCRAVIDÃO - Com o fim da escravidão, o Império perdeu o importante apoio dos escravocratas, uma vez que os republicanos (que eram aqueles que queriam acabar com a monarquia) compartilhavam os mesmos ideais dos abolicionistas. D.Pedro II também perdeu o apoio fundamental da Igreja ao interferir em assuntos religiosos. Os militares estavam descontentes pela atitude do imperador de proibir os mesmos de se expressarem na imprensa. Por fim, a classe média (jornalistas, médicos, comerciantes, etc.), que estava em constante crescimento, desejava conquistar um espaço maior nas decisões políticas. Todos estes fatores foram fundamentais para o fim das bases de sustentação da monarquia no Brasil.
PROCLAMAÇÃO - Em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca declarou o fim do período imperial. Naquele mesmo dia se formou um governo provisório. Assim, o marechal se tornou o primeiro presidente da história do Brasil. Ciente de que não conseguiria de forma alguma reverter tal situação, D. Pedro II apenas aceitou a vontade do povo e retornou para Portugal.
Fonte: Luiz Brandão
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