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Brasil ainda tem 5,9 milhões de crianças e adolescentes sem acesso à Internet

Entre novembro de 2015 e junho de 2016 o Brasil tinha 23,7 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, usuários de Internet

Segunda - 10/10/2016 às 18:10



Foto: exame.abril.com.br Internet
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Entre novembro de 2015 e junho de 2016 o Brasil tinha 23,7 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, usuários de Internet. A projeção é da 4ª edição da pesquisa TIC Kids Online, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Neste período foram ouvidos 3.068 crianças e adolescentes, bem como seus pais ou responsáveis,em em 350 municípios.

Os dados revelam ainda que 5,9 milhões de crianças e adolescentes permaneciam desconectados, dos quais 3,4 milhões jamais acessaram a rede. Sinal de alerta para muitas políticas públicas. Especialmente quando esse dado é cruzado com a falta de disponibilidade de conexão no domicílio e nas escolas.

"São 3,4 milhões de crianças, em idade escolar, que nunca tiveram contato com a Internet, que desconhecem o potencial da rede como ferramenta de comunicação, fonte de conhecimento e instrumento para desenvolver novas habilidades", ressalta Alexandre Barbosa, gerente doCetic.br.

Como se vê no gráfico acima, o acesso das crianças à internet cresceu na casa de outras pessoas (vizinhos, parentes e amigos) e em locais públicos, onde é possível utilizar o WiFi para acesso através de dispositivos móveis. 

O uso de equipamentos móveis para acessar a Internet se manteve expressivo entre o público jovem. Em 2015, 83% acessaram a rede por meio do telefone celular – em 2014, essa proporção foi de 82%, indicando estabilidade. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2015 verificou ainda que 31% das crianças e adolescentes acessavam a Internet exclusivamente por esse dispositivo. Essa proporção foi de 55% entre os jovens das classes D e E. Já os computadores (de mesa, laptops e tablets) perderam espaço: 64% das crianças utilizavam dispositivos desse tipo para acessar a rede, uma queda de 17 pontos percentuais em relação a 2014.

Isso fez com que a frequência de acesso aumentasse também. Em 2014, 21% disseram que acessavam a rede mais de uma vez por dia; em 2015, essa proporção atingiu 66% – um aumento de 45 pontos percentuais. Esse crescimento foi ainda mais expressivo entre as crianças das classes A e B (de 21% para 75%). Entre os jovens pertencentes às classes D e E, o uso intensivo da rede cresceu menos, indo de 25% para 49%.

Enquanto em áreas urbanas 84% das crianças e adolescentes estavam conectadas, nas áreas rurais, essa proporção foi de 59%. Na região Sul, 90% dos jovens declararam ser usuários de Internet e no Norte, apenas 56%. Outro fator determinante é situação socioeconômica: 97% das crianças das classes A e B acessaram a Internet, o que ocorreu com apenas metade dos jovens das classes D e E (51%).

Em relação às atividades realizadas na Internet, chama a atenção o uso de mensageiros instantâneos e de redes sociais. São atividades que só perdem para o uso da rede para realizar pesquisas escolares. Dois dados preocupantes: mais da metade das meninas  e  quase metade dos meninos já compartilhou um texto, uma imagem ou um vídeo na Internet. E mais da metade dos meninos e das meninas, com um percentual maior também entre as meninas, já postou na Internet uma foto ou vídeo em que aparece. O que aumenta a necessidade de mediação ativa dos pais em relação ao que os filhos fazem na Internet. Tarefa dificultada pelo acesso cada vez maior através de dispositivos móveis. 

Fonte: Terra

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