"Banho de sangue" no Karnak contra morte de mulheres

Protesto usa beterraba e água para imitar o sangue das vítimas


A bailarina Luzia Amélia

A bailarina Luzia Amélia "banhada de sangue" Foto: Montagem

Um banho de “sangue” aconteceu na manhã desta terça-feira (22), às 10h, nos portões do Palácio de Karnak, para cobrar políticas públicas voltadas para o enfrentamento contra a violência praticada contra a mulher no Piauí e no Brasil.

Um grupo de mulheres integrantes do movimento “Chega de Feminicídio”, formado por profissionais liberais – advogados, jornalistas, bailarinos, atores e ativistas, como Luzia Amélia Marques, Maria Lucia, Nadya Poliana, Débora Gonzales, Lu Rebordosa, Thaís Amaral e outras -  protestou hoje contra a morte de mulheres, crime que vem acontecendo sistematicamente nos últimos meses – foram três mortes somente na semana passada - sem que o Estado adote providências para reduzir essas estatísticas.

A bailarina Luzia Amélia usou beterraba e água para dar mais realismo ao protesto e se banhou de vermelho na entrada principal do Karnak, que foi fechado e teve a segurança reforçada. Ninguém  que estava no protesto conseguiu entrar. Lá dentro, era lançado a 15ª edição do Festival de Inverno de Pedro II. 

“A gente só queria ser recebida, assim como a gente tem todo direito de entrar no Karnak ou em qualquer lugar que a gente entenda que não vai fazer nenhum mal. Neste caso, a gente só queria entregar uma carta, onde a gente cobra políticas públicas urgentes em relação o que está acontecendo com as mulheres. Nesta semana passada foram três mulheres mortas”, lamentou Luzia.

Luzia Amélia não entendeu o porquê de os manifestantes não terem sido recebidos pelo governador Wellington Dias. “O governador estava no palácio...e era uma manifestação pacífica de mulheres engajadas na luta, ativistas, feministas, contra o feminicídio. É um movimento que não tem caráter político, do qual não participa de nenhum partido, apenas queríamos discutir a situação da mulher a violência que ela está exposta, inclusive depois de morta, como estão fazendo com a Aretha [Dantas, morta a facadas pelo namorado na semana passada em Teresina]”, citou.

Amélia considerou “ridícula” a atitude de fechar os portões, “de barrar a nossa entrada”. “Um governo que se diz de esquerda de não receber o povo. Essa vice-governador não nos representa...é como se quisessem esconder o que acontece no Piauí, onde mulheres estão sendo mortas, inclusive por policiais, e nada acontece. Mulheres são violentadas, mortas, estigmatizadas, diminuídas como fizeram com a Aretha e outras tantas vítimas do machismo que ainda imperar neste estado e neste país”, denunciou Luzia Amélia.  

Luzia Amélia no portão do Palácio de Karnak
Luzia Amélia no portão do Palácio de Karnak                                          [Foto: Reprodução/Facebook]

   

Fonte: Paulo Pincel

Siga nas redes sociais
Próxima notícia

Dê sua opinião: