Brasil

Ajustes fiscais podem afetar estabilidade da União Europeia

conselho futuro Dilma

Terça - 11/12/2012 às 16:12



Foto: Roberto Stuckert/Presidência Dilma Rousseff
Dilma Rousseff
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (11) que o ajuste fiscal promovido pelos países europeus para tentar conter os efeitos da crise internacional pode comprometer a União Europeia e a Zona do Euro. Na avaliação de Dilma, a estratégia econômica pode afetar o modelo de Estado de bem-estar social implantado em diversos países europeus após a 2ª Guerra Mundial.

“Passamos (países da América Latina) por um grave ajuste fiscal durante duas décadas. Sabemos que o corte (de gastos) radical compromete o futuro de nossa gente. Aqui (na Europa) o corte tem afetado os pilares do estado social. Isso tem afetado igualmente uma das maiores obras do mundo, que foi a criação da União Européia e da Zona do Euro”, discursou a presidente, durante a abertura do Fórum pelo Progresso Social, evento organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaurès, em Paris.

O evento contou também com as participações do presidente da França, François Hollande, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Anfitrião do encontro, Hollande fez o discurso de abertura do fórum.

Em sua manifestação, a chefe de Estado brasileira analisou o impacto da crise econômica internacional sobre os países europeus e o Brasil. Na avaliação de Dilma, as nações atingidas pela instabilidade econômica mundial tem de buscar um equilíbrio entre medidas de austeridade e de incentivo ao crescimento econômico.

“Superamos a visão incorreta que contrapõe, de um lado, as medidas de incentivo ao crescimento e, de outro, os planos de austeridade. Esse é um falso dilema. A responsabilidade fiscal é tão necessária quanto são imprescindíveis medidas de estímulo ao crescimento, pois a consolidação fiscal só é sustentável em um contexto de recuperação da atividade econômica”, observou a presidente.

Em discurso afinado com o presidente francês, Dilma defendeu que os governantes mundiais procurem conciliar crescimento econômico e geração de emprego como alternativas para combater a crise.

“É preciso muita cooperação e diálogo e que se assuma um compromisso com o crescimento, o emprego, a justiça social e o meio ambiente, para que se possa criar um caminho sustentável para a saída da crise”, disse.

Dilma ainda apoiou a sugestão de Hollande para a criação de um conselho de segurança econômica e social, nos moldes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). A presidente enfatizou, diante de Hollande e Lula, que a recessão e a desordem fiscal podem ter consequências sociais e políticas graves, como a descrença na política, o abandono da democracia, a xenofobia e o desespero pela falta de futuro.

Fonte: g1.com.br

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