Política

Adversário de Cunha é o primeiro a registrar presença em conselho

Cassação Quebra Cunha Votação Conselho de Ética

Terça - 14/06/2016 às 17:06



Foto: Reprodução Deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
O deputado Mandetta (DEM-MS), que é suplente no Conselho de Ética e voto declarado a favor da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o primeiro a registrar presença no colegiado e terá, portanto, direito de votar no processo por quebra de decoro do presidente afastado, no caso de ausência de titular do mesmo bloco partidário.

A votação do parecer de Marcos Rogério (DEM-RO), que recomenda a cassação de Cunha, está prevista para ocorrer nesta tarde. O registro de presença foi disputado, já que Mandetta e Carlos Marun (DPMDB-MS), que é forte aliado de Cunha, entraram ao mesmo tempo no plenário do conselho.

A grande expectativa desta terça gira em torno do voto da deputada Tia Eron (PRB-SP), que ainda não declarou sua posição publicamente e se isolou nos últimos dias para evitar pressão. Ela chegou à sala do conselho minutos após Mandetta registrar sua presença.
A identificação de presença é feita com a digitação de um número. Marun, Mandetta e o deputado Marcelo Aro (PHS-MG), que é adversário de Cunha, posicionaram os dedos quando a sessão estava perto de ser iniciada, mas o deputado do DEM conseguiu ter a presença identificada primeiro. Aro ficou em segundo lugar e Marun, em terceiro.

Os três parlamentares chegaram por volta das 13h20 na fila de entrada do plenário onde seria realizada a reunião desta terça. As portas foram abertas às 13h35 e eles começaram a brincar um com o outro sobre o “desafio” de registrar presença primeiro. “Mandetta, eu estou treinado, Mandetta”, disse Marun, articulando os dedos.

De acordo com o sistema do colegiado, tanto Mandetta quanto Aro registraram presença às 14h e a diferença entre o registro do primeiro para o segundo foi de apenas 38 milésimos de segundo.
Cunha é acusado, no Conselho de Ética, de mentir à CPI da Petrobras quando disse, no ano passado, que não possuir contas bancárias no exterior. Posteriormente, ele foi denunciado pelo procurador-geral da República sob a acusação de usar contas na Suíça para ocultar propina de contratos com a Petrobras.

Votação

O placar no Conselho de Ética está apertado entre os que defendem que o peemedebista perca o mandato e os que são contrários a essa punição. Pelos cálculos de adversários de Cunha, se Tia Eron votar contra o relator, que pede a cassação, o placar deverá ficar em 11 votos a 9 a favor do presidente afastado. Essa hipótese leva à derrubada do parecer.

Se ela votar com o relator, o placar ficará empatado em 10 a 10, e o voto de minerva caberá ao presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), que já disse ser a favor da cassação. A deputada passou o fim de semana na Bahia e não atendeu a telefonemas da imprensa.

Aliados e adversários de Cunha dizem que não conseguiram entrar em contato com ela. Por meio de sua assessoria de imprensa, a deputada disse que só falará após a votação, para evitar “especulações”, mas garantiu que vai comparecer ao Conselho de Ética na sessão de terça para votar o parecer.

Fonte: globo.com

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