Foto: Luiz Brandão
Descerramento da placa de inauguração do Porto Piauí
O governador Rafael Fonteles inaugurou na tarde desta quarta-feira (13), a primeira etapa do porto de Luís Correia. Durante discurso para uma multidão, ele fez questão de homenagear o ex-governador Alberto Silva, um ícone na luta para o que Piauí tivesse seu porto.
Rafael fez questão de dizer que o porto não é uma obra pessoal dele e nem só do governo dele. "Essa é uma obra de todos os governos, uma obra do povo piauiense", disse.
Em nome do povo do Piauí, Fonteles agradeceu a todos que trabalham para que o porto se torne realidade e citou os nomes dos ex-governadores Regina Sousa, Wellington Dias, Wilson Martins, Freitas Neto, Zé Filho, Hugo Napoleão, Dirceu Arcoverde, Lucídio Portela e Alberto Silva, a que fez questão de destacar e prestar homenagem.
13 de dezembro, Dia do Marinheiro
"Essa quarta-feira, dia 13 de dezembro de 2023, Dia do Marinheiro, é uma data que entra para a história, porque após décadas de espera, o Piauí passa a contar, pela primeira vez, com um porto marítimo", ressaltou Rafael.
Na primeira etapa do porto foram investidos mais de R$ 110 milhões. O Terminal Pesqueiro, estrategicamente pensado para impulsionar a cadeia de pescado do estado. Com o porto, o Piauí vai poder exportar e importar mercadorias pelo próprio território, gerando impostos e renda que beneficiarão a economia local.
A inauguração se deu com a chegada de um navio de apoio da Marinha do Brasil ao mar de Luís Correia. O chefe do Executivo piauiense estava muito feliz e comemorou bastante a inauguração da primeira etapa do porto
O vice-governador Themistocles Filho com o governador Rafael Fonteles
“O Piauí era o único estado com litoral que não possuía um porto e isso, sem dúvidas, atrapalhava o nosso desenvolvimento. Agora, possuímos um porto que só está na primeira etapa, teremos várias outras nos próximos meses e anos. Por ser um porto novo, já está nascendo com os terminais que apontam para o futuro, como o terminal de amônia, transformando o Piauí nesse hub mundial do hidrogênio, além do terminal de grãos e o terminal pesqueiro, que vai beneficiar primeiramente a cadeia da pesca”, explicou Fonteles.
Para o governador, o porto vai fazer a economia do estado crescer e pode mais do que dobrar. “Com a finalização do terminal pesqueiro e da indústria de pesca, iremos mais que dobrar o PIB de Luís Correia. E quando tivermos todos os terminais finalizados, não podemos nem mensurar o impacto que isso vai gerar. O Piauí vem crescendo na área da agropecuária, industrialização dos grãos, desenvolvimento de biocombustíveis, frigoríficos, e levando em consideração que seremos o maior fornecedor de energia limpa para o Brasil e para o mundo, sem sombra de dúvida, iremos mais que duplicar o PIB do Piauí”, complementou o governador.
Multidão foi ao porto para festa de inauguração
Atração de empresas
Além de fazer com que todas as exportações e importações do estado passem diretamente por território piauiense, o Porto Piauí também vai atrair novas empresas para a região, gerando emprego para a população. Somente no pescado, que será o primeiro segmento a ser instalado na região, deve gerar 400 empregos por unidade industrial.
Além disso, uma circulação bilionária de recursos vai beneficiar a região. A previsão é de R$ 1 bilhão em investimentos, nos próximos dois anos, nos quatro terminais a serem construídos no porto: pesqueiro, de grãos, de containers e de amônia.
Outra vantagem do porto é ser vizinho à Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, a segunda do Brasil e que traz vantagens alfandegárias e de impostos para as empresas. Essa proximidade vai incentivar o surgimento de mais negócios, que podem aproveitar para escoar seus produtos.
A inauguração do Porto Piauí também ajuda a viabilizar outro projeto grandioso no Piauí: a implantação das duas maiores usinas de hidrogênio verde do mundo, que terão a pedra fundamental lançada no próximo dia 15. As empresas europeias Green Energy Park (GEP) e Solatio vão instalar os complexos na ZPE para transportar o combustível, em forma de amônia, pelo porto de Luís Correia. O investimento será de R$ 200 bilhões nos próximos dez anos, com produção de 10 GW cada usina.
Por fim, o Porto é a saída marítima de produtos que completarão o futuro intermodal do Piauí, complexo de transporte que une ferrovia, rodovias e hidrovias para facilitar o deslocamento de produtos e passageiros por todo o território do Piauí.
Impacto na população
Dados do governo do estado garantem que o Terminal Pesqueiro de Luís Correia – que consiste na primeira etapa do Porto Piauí – vai impactar diretamente a vida de 30% da população do município.
Segundo o presidente da Investe Piauí, Victor Hugo Soares, três a cada dez habitantes do município estão envolvidos com a atividade de pesca. Existem, atualmente, 8.335 cadastrados na Secretaria de Pesca de Luís Correia.
O principal benefício que o terminal trará à vida dos pescadores é econômico, pois a indústria de pescado que será instalada junto ao terminal irá comprar a produção dos pescadores por um valor melhor.
Além disso, o Terminal Pesqueiro vai gerar bastante empregos, pois precisará de mão de obra para beneficiar o pescado. É comum as empresas contratarem as mulheres dos pescadores. Isso vai ter um impacto econômico forte na população local.
Outra vantagem do terminal é que vai gerar impostos para o Piauí. “Atualmente, uma parte significativa da produção vai para o Ceará devido à infraestrutura existente lá. O terminal permitirá que o Piauí retenha mais dessa riqueza, evitando a perda de impostos e contribuindo para a economia local”, explica Felipe Sousa.
Impacto econômico
A infraestrutura, cujas obras foram retomadas no início de 2023, após anos paralisadas, consiste em três espaços distintos: o cais, a dragagem e a urbanização do local. Haverá, em princípio, mais outros três terminais no porto, de acordo com a atual vocação econômica do Piauí: terminal de grãos, terminal de amônia e de cargos e descargas em geral.
Neste momento, o Porto Piauí está apto a receber embarcações com comprimento de 60 metros, calado de 7 metros, e boca 11 metros. A operação de navios regulares, levando e trazendo mercadorias, será possível após a instalação de terminais específicos, que serão construídos pelas empresas interessadas em operar no local.
O Governo estima que, no segundo semestre, já haverá mercadorias sendo transportadas pelo porto, assim que o primeiro terminal ficar pronto.
Hoje, a ida e a vinda de produtos acontecem pelos portos de Itaqui, no Maranhão, e Pecém, no Ceará, deixando recursos nesses dois estados.
"Para se ter uma ideia, o Piauí perde cerca de R$ 300 milhões por ano só por exportar mercadorias pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Com o nosso porto, toda a produção de grãos do estado, mel, minérios e outros passará a ser exportada por Luís Correia", diz Victor Hugo presidente da Investe Piauí.
Com informações da CCOM
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Luiz Brandão
Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.