Revista diz que Ciro Nogueira recebeu propina da GEAP

Uma reportagem publica na Revista ISTOÉ acusa o presidente do PP de participar do esquema


Ciro Nogueira

Ciro Nogueira Foto: portalnoticiei.com.br

A Revista ISTOÉ publicou uma reportagem que acusa o presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira, de participar de um esquema que cobrava propina de hospitais e fornecedores de insumos hospitalares que mantém convênio com a Geap Autogestão em Saúde, seguradora que gerencia os planos de saúde de servidores públicos federais.  O caso está sendo investigado pela Polícia Federal através do inquérito IPL 1227/2016-4.

De acordo com a reportagem, os empresários precisavam descontar 10% dos valores que eram destinados às instituições hospitalares para destinar ao PP. Os principais beneficiários da propina ao longo dos anos eram os deputados Aguinaldo Ribeiro (PB) e Ricardo Barros (PR), ex-ministro da Saúde, o ex-deputado Paulo Maluf (SP) e o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI).

Ainda conforme a Revista Istoé, a Geap arrecada anualmente R$ 2,4 bilhões com o pagamento do fundo de saúde dos servidores repassado pelo governo federal. Cada servidor recebe em média R$ 200, que são transferidos pela União à Geap e se destinam à quitação dos procedimentos médicos e hospitalares dos conveniados. E é aí que, segundo as denúncias, ocorre o esquema orquestrado pelo PP.

Em um desses acordos feitos por debaixo dos panos, a Geap foi sobretaxada em R$ 7 milhões, só de juros, de uma dívida que estava praticamente perdida. O Conselho Administrativo da entidade (Conad) detectou falhas nos serviços prestados pelo Hospital da Bahia Ltda e recomendou que as faturas referentes ao período entre 2007 e 2011 não fossem pagas. Auditoria feita em 2009 detectou a existência de assinaturas falsas.  A dívida com o Hospital da Bahia totalizava R$ 3 milhões, mas com os juros chegava a R$ 10 milhões.

 Pressão política

A intervenção em todas as unidades da Geap foi realizada em 2013 e tinha como objetivo expurgar o PP da empresa. Porém, por pressão política, foi mantido na diretoria executiva da Geap Luís Carlos Saraiva, uma indicação de Paulo Maluf. A partir daí, o esquema floresceu novamente. E quem confirma isso a ISTOÉ é a própria Cristiane de Castro. “Quando acabou a intervenção e voltou tudo para as mãos dos políticos, eu saí de lá”, conta ela. “Eu cheguei a ser abordada por prestadores de serviços, que perguntaram como é que ia continuar o esquema”, emenda.

A reportagem disse que no governo Michel Temer, a tramóia continuou. O ex-ministro da Casa Civil Eliseu Padilha passou o comando da operadora de plano de saúde para as mãos do senador Ciro Nogueira, presidente do PP. Este tratou de esticar seus tentáculos para o Conad e indicou Laércio Roberto Lemos de Sousa para presidir o conselho. Laércio havia sido subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério das Cidades na gestão de Aguinaldo Ribeiro, entre 2012 e 2014.

O PP poderia indicar ainda outras duas vagas para o conselho. Assim Ricardo Barros, então ministro da Saúde, escolheu Rodrigo de Andrade Vasconcelos, que em seu primeiro ato votou pela terceirização do núcleo jurídico da Geap, que ficou a cargo do escritório Nélson Willians & Advogados Associados. O escritório passou a receber, por mês, R$ 2 milhões da Geap. Antes, a Geap pagava R$ 400 mil aos advogados do seu quadro de funcionários. Definitivamente, o PP não se limitou à dilapidar os cofres da Petrobras.

A Geap enviou uma nota para a Revista ISTOÉ e afirma estar havendo apuração interna sobre o pagamento feito ao Hospital da Bahia.

NOTA À REVISTA ISTO É

Sobre a reportagem da Revista Isto É, a Geap ressalta que, ao longo de 73 anos, oferece, aos servidores públicos, a melhor assistência à saúde, em todo o Brasil. A atual gestão também está implantando o seu Planejamento Estratégico e Organizacional 2019-2023, que contempla um moderno sistema de Governança Corporativa, que inclui o Compliance, que tornará as práticas de gestão, ainda mais claras, transparentes, fortalecendo os princípios éticos da operadora.

Sobre o pagamento feito ao Hospital da Bahia, citado na matéria, a atual gestão destaca que está em rigorosa apuração interna. Se houver irregularidade, os envolvidos serão responsabilizados.

Quanto ao escritório de advocacia, Nelson Willians, a Geap esclarece, que trabalha com metas e indicadores. A Autogestão monitora, inclusive, os resultados deste contrato, que se encontra em processo de avaliação.

Com profissionais técnicos especializados, a gestão atual não medirá esforços para que a Geap permaneça como protagonista do setor de saúde suplementar, através de implantação e acompanhamento de todas as ações necessárias para garantir rígidos controles internos.

Fonte: Revista ISTOÉ

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