Bolsonaro é um risco para as eleições, alerta a Human Rights em relatório

Em documento divulgado nesta quinta-feira, organização internacional diz que instituições precisam garantir que presidente não subverta a ordem democrática


Bolsonaro

Bolsonaro Foto: @Getty

O presidente Jair Bolsonaro representa um risco ao processo eleitoral brasileiro e seus movimentos devem ser alvos de atenção por parte de instituições como o Supremo Tribunal Federal, a Justiça Eleitoral, o Congresso e o Ministério Público, aponta a ONG Human Rights Watch, uma das mais respeitas organizações de defesa dos direitos humanos do mundo, em relatório mundial publicado nesta quinta-feira, 13.  

No documento, a entidade, criada em 1978, afirma que Bolsonaro sempre procurou desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, alegando fraude sem nenhuma evidência, e lembra que ele tentou restabelecer o voto impresso por desconfiar da urna eletrônica, em emenda constitucional apresentada por aliados e rejeitada pelo Congresso.  

 “Bolsonaro tentou enfraquecer os pilares da democracia, atacando o Judiciário e repetindo alegações infundadas de fraude eleitoral”, disse Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil. “Com a proximidade das eleições presidenciais de outubro, o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral, o Ministério Público Federal, Congresso e outras instituições democráticas devem permanecer vigilantes e resistir a qualquer tentativa do presidente Bolsonaro de negar aos brasileiros o direito de eleger seus líderes”, completou.  

Após ter dado uma trégua nos ataques à urna eletrônica depois dos atos antidemocráticos protagonizados pelo bolsonarismo no dia 7 de setembro, Bolsonaro voltou à carga contra o sistema eleitoral brasileiro no último dia 5 de janeiro, ao conceder entrevista no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, de onde havia obtido alta de uma internação para tratar de uma obstrução intestinal. 

 “A Defesa (Ministério da Defesa) fez um questionamento sobre a fragilidade da urna eletrônica e estamos aguardando a resposta. Pode ser que nos convença de que estamos errados. Se estivermos certos, pode ter certeza que algo tem que ser mudado no TSE. E não vai ser com bravatas de quem quer que seja no Brasil que nós vamos aceitar o que querem impor a nossa população”, afirmou. 

Outras criticas 

 No relatório, a entidade lista ainda o que considera uma série de desrespeitos aos direitos humanos praticados por Bolsonaro em seu governo, como a disseminação de informações falsas sobre vacinas contra a Covid-19, a retirada de direitos dos povos indígenas, os ataques a imprensa e o uso da Lei de Segurança Nacional para intimidar ao menos dezessete críticos de sua gestão. 

Essa é a 32ª edição do Relatório Mundial da Human Rights Watch. Com 752 páginas (na versão em inglês), o documento analisa as práticas de direitos humanos em quase cem países.

Fonte: VEJA

Siga nas redes sociais
Próxima notícia

Dê sua opinião: