No último dia do prazo de registro dos candidatos às eleições de outubro, cerca de 10 mil manifestantes, ligados ao PT, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras entidaes sindicais, segundo a Polícia Militar, estão em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para defender a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra preso em Curitiba, à Presidência da República. O grupo saiu em marcha por volta das 14h30 do acampamento montado na área do estádio Mané Garrincha, em direção ao tribunal, que fica na área central de Brasília.
A passeata passou pela Esplanada dos Ministérios e tumultuou o trânsito na região central durante a tarde, mas não houve nenhuma intercorrência grave, segundo a PM. Em frente ao TSE, o grupo promove ato político para pressionar o tribunal a não enquadrar Lula na Lei da Ficha Limpa - que torna inelegível condenados em segunda instância-, e autorizar que ele participe das eleições deste ano.
Integrantes do MST e de outros movimentos sociais fazem ato público em apoio ao registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.- Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os manifestantes argumentam, em seus discursos, que a prisão de Lula é injusta e contraria a vontade popular. O Partido dos Trabalhadores (PT) pretende registrar o nome do ex-presidente como candidato mesmo com ele preso.
Dividida em três colunas, a chamada Marcha Nacional Lula Livre teve início na última sexta-feira (10) e chegou à capital federal na segunda-feira (13). Os três grupos foram formados por militantes de vários estados do país e saíram de pontos diferentes no entorno do DF, percorrendo cerca de 150 quilômetros até o centro de Brasília.
MST e movimentos sociais marcham em direção ao TSE para fazer ato público em apoio ao registro da candidatura de Lula - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Também participaram da marcha parlamentares de partidos de esquerda e integrantes de outros movimentos sociais como Via Campesina, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Levante Popular, além de sete militantes que estão em greve de fome desde 31 de julho.
Ontem, a coordenação do movimento se reuniu com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, para entregar um abaixo-assinado com 240 mil assinaturas pedindo a soltura de Lula para que ele possa concorrer à disputa presidencial.
O ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), desde 7 de abril. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no processo que trata do triplex em Guarujá (SP). A prisão foi executada com base na decisão do STF que autorizou prisões após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça.
Fonte: Agência Brasil