A Polícia Federal realizou, desde às 6h desta quarta-feira (20), a Operação Boca Livre para dar cumprimento a 11 mandados de busca e apreensão como parte da investigação que apura fraude [superfaturamento de preços] em licitação para a compra de merenda escolar em 2014, quando teria sido desviado R$ 1.751.740,61 da Secretaria de Estado da Educação.
Os pagamentos da Seduc às empresas envolvidas na fraude somaram R$ 5,3 milhões. Há indícios da participação de servidores públicos no esquema.
A Polícia Federal investigar inclusive a movimentação financeira dos suspeitos, onde aparecem depósitos de vultosas quantias, caracterizando o pagamento de propina.
Os 68 agestes da PF e dez fiscais da Controladoria Geral da União cumprem 11 mandados de busca e apreensão na sede da Seduc, no Centro Administrativo, e nas empresas envolvidas na fraude.
Os policiais federais apreenderam vários documentos na Secretaria de Estado da Educação
As empresas envolvidas na fraude também atuam em vários municípios e em outros órgãos da administração estadual, de onde foram recebidos recursos que somam cerca de R$ 140 milhões, entre os anos de 2014 e 2018.
"Boca Livre", nome da operação, é uma referência à grande facilidade com que os empresários e os agentes públicos fraudavam as licitações para desviar recursos públicos que deveriam ser destinados ao atendimento das demandas da população.
Viaturas da Polícia Federal no Centro Administrativo
Uma entrevista coletiva na sede da Polícia Federal vai dar mais detalhes sobre a operação, que apreendeu documentos em vários setores, principalmente no Pregão da Seduc, no primeiro andar.
O delegado que comanda a Operação Boca Livre
Em agosto de 2018, a Seduc também foi alvo da Operação Topique, que cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e de prisão. As investigações eram relacionadas ao desvio de recursos públicos destinados ao transportes de estudantes de escolas públicas.
Policiais federais na Seduc
Fotos: PAULO PINCEL
Fonte: PF