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Militar preso com cocaína na equipe presidencial é mula qualificada e de farda

O sargento da Aeronáutica do Brasil preso com 39 quilos de cocaína em Servilha (ES) já fez outras viagens internacionais como comissário de bordo da comitiva do presidente Jair Bolsonaro

Luiz Brandão

Quarta - 26/06/2019 às 17:15



Foto: Paulo Whitaker/Reuters Hamilton Mourão está no exercício da Presidência
Hamilton Mourão está no exercício da Presidência

O segundo sargento da Aeronáutica do Brasil preso com 39 quilos de cocaína em Servilha, na Espanha já fez outras viagens internacionais como comissário de bordo da comitiva do presidente Jair Bolsonaro. Ele transportou a droga apreendida em um avião da comitiva presidencial que ia para o Japão. Por conta do incidente, o presidente mudou sua rota na viagem ao Japão e pousou nesta quarta-feira pela manhã em Portugal, deixando para trás o plano de pouso previsto para Servilha.

O caso obteve repercussão internacional, por se tratar de um membro da equipe de viagens de Bolsonaro. O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira (26) que o militar brasileiro detido com drogas em Sevilha, na Espanha, trabalhava como "mula qualificada".

As declarações de Mourão foram publicadas imediatamente na imprensa brasileira e internacional, porque Mourão está no exercício da Presidência, em razão da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão, onde participará do encontro de líderes do G20. O vice-presidente foi questionado em entrevista no Planalto sobre o caso do militar, que é sargento da Aeronáutica.

O militar foi detido na terça-feira (25) no aeroporto de Sevilha, na Espanha, por transportar 39 kg de cocaína em sua bagagem. O Ministério da Defesa e Bolsonaro, confirmaram a prisão.

A prisão ocorreu quando o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou às 14h (horário local) no aeroporto da capital da Andaluzia. A aeronave servia como reserva para o presidente brasileiro que viaja em outro avião para participar da reunião do G-20 em Osaka, no Japão.

Mourão explicou que o militar estaria na tripulação do retorno ao Brasil, no trecho entre a Espanha e Brasília.

"O que acontece, quando tem estas viagens, vai uma tripulação que fica no meio do caminho. Então, quando o presidente voltasse agora do Japão, essa tripulação iria embarcar no avião dele", disse Mourão.

O vice-presidente argumentou que é preciso apurar as conexões do militar detido, a fim de esclarecer o transporte da cocaína no avião da FAB. Na visão dele, o militar fez papel de "mula", termo usado para descrever quem transporta a droga no tráfico.

"É óbvio que pela quantidade de droga que o cara estava levando, Ele não comprou na esquina e levou. Ele estava trabalhando como mula e uma mula qualificada, vamos colocar assim", declarou a jornalistas.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, Mourão destacou que as Forças Armadas não estão "imunes" ao "flagelo da droga" e disse que o militar será julgado e terá uma "punição bem pesada".

"Isso não é primeira vez que acontece seja na Marinha, seja no Exército, seja na Força Aérea. A legislação vai cumprir o seu papel e esse elemento vai ser julgado por tráfico internacional de drogas e vai ter uma punição bem pesada", declarou o vice-presidente.

Investigação

Em uma rede social, Bolsonaro comentou o caso dizendo que os militares são pessoas formadas "nos mais íntegros princípios da ética e da moralidade" e que "caso seja comprovado o envolvimento do militar nesse crime, o mesmo será julgado e condenado na forma da lei".

A cocaína encontrada com a sargento brasileiro estava dividida em 37 pacotes de mais de um quilo. Fontes policiais disseram ao jornal espanhol "El País" que a droga não estava sequer camuflada entre roupas. "Em sua mala, havia apenas drogas", afirmou uma porta-voz da força policial em Sevilha.

O militar se apresentou ante um tribunal nesta quarta, acusado de cometer delito contra a saúde pública, uma categoria que inclui o tráfico de drogas na Espanha.

O comunicado do Ministério da Defesa afirma que o caso está sendo investigado e que foi determinada a instauração do Inquérito Policial Militar (IPM).


Fonte: Piaui Hoje com informações do G1, Brasil 247 e agências

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