Municípios

Famílias melhoram renda após projetos desenvolvidos com o apoio financeiro do FIDA

Parceria com entidade da ONU beneficia mais de 100 mil pessoas na região do semiárido

Redação

Segunda - 02/09/2019 às 06:46



Foto: CCOM Palma forrageira, resultado de ações realizadas com recursos do FIDA
Palma forrageira, resultado de ações realizadas com recursos do FIDA

Um estudo de resultados econômicos do Programa Viva o Semiárido (PVSA) comprovou que houve um aumento de renda de 32% nas 100 mil pessoas participantes do programa no Piauí. O êxito do PVSA foi divulgado na semana passada durante a visita dos supervisores do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) ao Estado, para averiguar a aplicação dos recursos do fundo, que é ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

O oficial de programas do FIDA no Brasil, Hardi Vieira, contou que o programa, que será encerrado em junho de 2020, foi mais longe do que o programado. A meta era que chegasse a 22 mil famílias beneficiadas, mas hoje ultrapassa 23 mil, representando mais de 100 mil pessoas impactadas em 86 municípios do semiárido piauiense.

Para Hardi, os desafios desta etapa final são de concluir a implementação do componente produtivo, que está criando 211 projetos de investimento produtivos (PIPs) para que alcancem impacto em termos de comercialização, citando as experiências exitosas da Cooperativa de Produtores e Produtoras da Chapada do Vale do Rio Itaim – Coovita, que hoje se tornou referência em âmbito nacional na cadeia de ovinos e caprinos.

Durante os 15 dias em que a comitiva esteve no Piauí, foram realizadas visitas em projetos do Viva o Semiárido em 12 municípios dos 5 territórios onde o projeto atua: Vales do Sambito, Itaim, Guaribas, Canindé e Serra da Capivara. O coordenador do PVSA no estado, Francisco das Chagas Ribeiro, acrescenta que todas as ações foram no sentido de acelerar a conclusão do projeto prevista para junho de 2020, focalizando principalmente na liberação dos recursos, na implantação dos PIPs em campo, garantia de assistência técnica para as comunidades e também no processo de prestação de contas e finalização dos contratos com as associações.

A Missão de Supervisão do FIDA foi realizada no período de 19 a 30 de agasto. A equipe era formada por 9 especialistas, incluindo o oficial de programas do FIDA no Brasil, Hardi Vieira, e o coordenador técnico da missão, Emmanuel Bayle.

Novo projeto de R$ 450 milhões

A avaliação do coordenador é de que a missão foi considerada muito positiva para o FIDA, para o governo e órgãos co-executores como Sasc, Seduc, e Emater, e informa que já existe entendimento dos parceiros envolvidos para um novo projeto com apoio do FIDA. “Um desejo demonstrado pelo governador Wellington Dias em outras missões, bem como na visita à Instituição em Roma e audiência em Brasília quando esteve com o presidente do FIDA”, afirma Chagas Ribeiro.

O secretário da Agricultura Familiar, Herbert Buenos Aires, confirma que já foram definidos valores da proposta para o novo projeto. Seria em torno de 115 milhões de dólares, o que equivale a quase 450 milhões de reais. Se aprovada, o foco será em investimentos de infraestrutura hídrica rural dos Rios Piauí e Canindé, recuperação da mata ciliar e dos lençóis freáticos, com a construção de barramentos sucessivos para garantir umidade nas margens dos rios para garantir a perenização, aproveitando para criar peixes e irrigar outros projetos no entorno destes rios. “Isso criará as condições para continuar os investimentos produtivos no modelo exitoso do PVSA como para produção de mel. Além disso o projeto trabalhará a questão da regularização fundiária. Ou seja, a proposta prevê quatro pilares: hídrico, ambiental, produtivo e acesso à terra", explica Buenos Aires.

O novo projeto, desta vez incluindo o BID (Banco Interamericano de desenvolvimento), poderá ampliar as intervenções para 222 municípios com IDH mais baixo no estado, além da inclusão de outras intervenções relacionadas à segurança hídrica, meio ambiente e regularização fundiária, mantendo o foco na geração de renda por meio de investimentos produtivos. Além disso, a focalização manterá a prioridade para mulheres, jovens e comunidades tradicionais. Hardi destacou a parceria e alinhamento com o Governo do Piauí pelas políticas públicas implementaras para a redução da pobreza no estado.

Ao final da missão, foi assinado um memorando pelos representantes do PVSA, SAF e de co- executores EMATER, Seduc, Sasc, e também foi encaminhada a elaboração da carta consulta juntamente com a Seplan e a organização dos contatos para garantir êxito neste próximo financiamento e parceria com o FIDA.

A missão FIDA volta em mais duas etapas ao Piauí, nos meses de setembro e dezembro deste ano.

PVSA

O projeto Viva o Semiárido (PVSA) é um esforço do Governo do Estado do Piauí, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), para reduzir a pobreza, aumentar a produção e melhorar o padrão de vida das populações com maior nível de carência social e econômica no meio rural do semiárido piauiense, por meio do incremento das atividades produtivas predominantes, da geração de renda e do fortalecimento organizacional das famílias rurais.

FIDA

O Fida é uma agência das Nações Unidas (ONU), investe na população rural, empoderando-a para reduzir a pobreza, aumentar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e fortalecer resiliência. Hoje atua em todos os estados do Nordeste.

Fonte: CCOM

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