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Suicídio de ex-presidente abre novo capítulo na história de escândalos que envolve a Odebrecht no Peru

De acordo com informações médicas, o ex-presidente, 69 anos, teve três paradas cardíacas e foi reanimado

Quarta, 17/04/2019 às 20:04



Foto: Congresso em Foco Um dia antes de se matar ao receber ordem de prisão, García escreveu no Twitter que era inocente
Um dia antes de se matar ao receber ordem de prisão, García escreveu no Twitter que era inocente

O ex-presidente do Peru Alan García morreu nesta quarta-feira (17) durante cirurgia, depois de dar um tiro na cabeça ao receber ordem de prisão em sua casa, no bairro Miraflores, em Lima. Ele era acusado de corrupção em caso envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht. García foi levado com urgência ao Hospital Casimiro Ulloa, na capital peruana, mas não resistiu. Esse é o mais trágico dos desdobramentos das investigações sobre as relações de políticos com o grupo brasileiro no país vizinho.

De acordo com informações médicas, o ex-presidente, 69 anos, teve três paradas cardíacas e foi reanimado. Ele deu entrada no hospital às 6h45, com perfurações de entrada e saída de bala no crânio. Alan García foi presidente do Peru por dois mandatos (1985-1990 e 2006-2011).

Segundo o ministro do Interior peruano, Carlos Morán, agentes policiais e do Ministério Público entraram na residência e informaram ao ex-presidente sobre a ordem de prisão. Garcia disse que iria telefonar de seu quarto para o advogado. Minutos depois foi ouvido um tiro. A polícia forçou a porta e encontrou o ex-presidente ensanguentado, com uma ferida na cabeça.

Alan García era acusado de ter recebido propina para a construção de uma linha de metrô em Lima. O projeto era tocado pela construtora brasileira Odebrecht. A operação desta quarta resultou na prisão do ex-secretário-geral da Presidência Luis Nava e do ex-vice-presidente da Petro Peru Miguel Atala.

Além de García, outros três ex-presidentes do Peru são acusados de receber propina da empreiteira brasileira: Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), que renunciou ao mandato em meio às acusações em março do ano passado.

A CPI da Lava Jato que atuou no Congresso peruano estima que os superfaturamentos ligados à Odebrecht tenham chegado a US$ 3 bilhões em 15 anos. A empresa brasileira confessou ter pago US$ 29 milhões de propina no país em troca da concessão de grandes obras de infraestrutura.

O dinheiro também foi usado, segundo os investigadores, de maneira ilícita em campanhas eleitorais. A lista de políticos peruanos presos também inclui a líder da oposição, Keiko Fujimori, presa desde outubro de 2018. Keiko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori.

Fonte: Congresso em Foco

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