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Tese de doutorado: por onde começar?

Os maiores desafios ao fazer uma tese

Da redação

Terça - 10/05/2022 às 07:26



Foto: Divulgação Tese doutorado
Tese doutorado

Qualquer um que decida cursar um doutorado será confrontado com a necessidade de elaborar uma tese de doutorado para obter o diploma e o grau de doutor. Considere que a tese é um elemento obrigatório; então, em primeiro lugar, pense bem se tem a disponibilidade para esse investimento de tempo e de esforço que é escrever uma tese de doutorado nas normas da ABNT. Muita dedicação e muita pesquisa são dois fatores cruciais para que um aluno conclua seus estudos de forma satisfatória nesse tipo de pós-graduação stricto sensu.

Tornar-se um pesquisador sério não é uma tarefa fácil para estudantes que acabaram de sair do mestrado, ou mesmo da graduação, no caso de quem se candidata a um doutorado direto. Escrever uma tese robusta depende da capacidade do aluno de aprender a conduzir uma pesquisa completa e válida durante o curso. É importante, ainda, que o assunto da tese não aborda apenas informações que estão disponíveis há décadas: o aluno deve fornecer, em sua pesquisa, novos dados à comunidade acadêmica, ou pelo menos apresentar uma maneira diferente de olhar para um assunto. Isso tudo, claro, sem esquecer das normas da ABNT para trabalhos científicos, uma vez que não seguir essas regras pode significar até mesmo a possibilidade de reprovação no curso.

O que uma tese deve incluir?

Logo no início do doutorado, os alunos precisam formular uma proposta de tese para apresentar aos professores para aprovação. Escolha um tópico específico em vez de um assunto amplo. Essa proposta deve delinear a pergunta que você pretende responder no decorrer da realização da sua pesquisa; se for muito ampla, é provável que não consiga ser devidamente abordada durante os quatro anos de pesquisa no doutorado. 

A tese deve incluir como é importante que todo aluno contribua para o aprofundamento de um determinado assunto, em vez de simplesmente reiterar informações que já são conhecidas por outros pesquisadores e pela comunidade em geral. É claro que ele deverá citar tese de doutorado de outros autores, porém não deve fazer de seu trabalho uma mera repetição de pontos de vista que já foram explorados por outras pessoas. Ainda assim, o ato de referenciar a tese de doutorado de seu professor orientador, por exemplo, é recomendável, desde que você consiga agregar a isso suas próprias ideias, inclusive criando novas correlações entre autores. 

Criar uma tese é um processo difícil, mas as recompensas são muitas. Os alunos que se formam no doutorado podem se tornar professores universitários não apenas de graduação, mas de mestrado; podem se tornar pesquisadores, ou mesmo profissionais de ponta em empresas que lidem com o tema de suas teses, levando ao grande público os benefícios de suas descobertas acadêmicas. 

Embora cada tese seja única, todas seguem o mesmo formato geral:

1. Introdução

Forneça uma breve visão de por que você decidiu realizar esse projeto de pesquisa e o que você espera alcançar com esse trabalho. Depois disso, explique a estrutura de sua tese, dando ao leitor uma contextualização do que ele está prestes a ler.

2. Revisão da literatura

Defina a abrangência da sua pesquisa, indicando o que já é conhecido atualmente sobre ela, quais descobertas recentes ocorreram sobre o assunto e quais perguntas ainda não foram respondidas por outros pesquisadores. Você deve concluir a revisão da literatura delineando as metas gerais da sua pesquisa.

3. Desenvolvimento

Essa seção será a maior parte de sua tese. Nela, você discorre sobre suas metodologias de pesquisa e de coleta de dados, seus resultados (com uma análise completa sobre eles) e uma discussão detalhada do que vivenciou e constatou no processo da sua pesquisa.

4. Conclusão

A conclusão será um resumo de suas principais descobertas, com ênfase nas novas contribuições que você fez em seu campo. Ao produzir sua conclusão, é crucial que você a relacione com suas metas, citadas no início da pesquisa. Certifique-se de ter respondido à sua pergunta original; isso mostrará que seu trabalho foi útil e que ele pode ser retomado no futuro, seja por você mesmo ou por outro pesquisador que se interesse pelo mesmo ramo.

 

E se o doutorado for fora do Brasil?

Alguns assuntos são muito específicos sobre outras civilizações, países e culturas; isso pode fazer com que você consiga uma vaga fora do Brasil, em vez de uma chance no seu próprio país de origem. Você também pode achar mais interessante estudar em outro ambiente e aplicar para uma vaga no exterior, mesmo que sua área seja promissora no Brasil. Em ambos os casos, saiba que um dos requisitos para cursar um doutorado no exterior é o exame de proficiência em pelo menos uma língua estrangeira, mais comumente o inglês.

Algumas universidades de pós-graduação exigirão que os candidatos internacionais ao doutorado completem o IELTS ou o TOEFL, mesmo que sejam elegíveis para isenção de acordo com os protocolos de admissão padrão. É uma boa ideia verificar os requisitos da vaga antes de prosseguir com a preparação para o teste. A maioria das instituições americanas considerará o IELTS, mas alguns programas de doutorado aceitarão apenas o TOEFL. O teste deve ser feito no Brasil; entretanto, trata-se de um teste pago e com requisitos específicos para aprovação. É fundamental que você se prepare para ele com alguns meses de antecedência.

O estudo do doutorado em um país de língua inglesa será muito difícil de concluir sem a capacidade de se comunicar fluentemente no idioma inglês. As expectativas de pontuação tanto do TOEFL quanto do IELTS tendem a ser bastante altas para programas de doutorado (cada universidade estipula a pontuação mínima que o candidato deve apresentar); ainda assim, estudar em uma universidade estrangeira é uma oportunidade magnífica de expandir seus horizontes, de se tornar uma referência no seu ramo e de inscrever seu nome na comunidade científica mundial.

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