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Na luta contra a leucemia, jovem busca doador de medula óssea

Essa é a segunda vez que Adne é diagnosticada com a doença

Alinny Maria

Sexta - 06/09/2019 às 14:30



Foto: Montagem Piauí Hoje Adne luta contra a leucemia e precisa de transplante de medula osséa
Adne luta contra a leucemia e precisa de transplante de medula osséa

A jovem Ádne Taís dos Santos Barros, 22 anos, foi diagnosticada com Leucemia Linfoblástica Aguda Reincidente e precisa passar por um transplante de medula óssea para voltar às suas atividades do dia a dia. Adne já havia vencido a doença uma vez e agora passa por tudo de novo, mas sempre confiante e com um sorriso no rosto. A jovem, que cursava Enfermagem, teve que largar os estudos para se dedicar à saúde. Ela reside na zona Sudeste de Teresina e faz o tratamento no Hospital São Marcos, no Centro da capital.

No início no ano de 2015, Ádne foi diagnosticada com a leucemia (câncer que afeta as células sanguíneas) e passou por todo tratamento necessário. Em outubro de 2017, ela  recebeu alta, mas precisava voltar ao médico a cada dois meses para consultas de rotina. "Tudo ia nos conformes, mas em abril de 2019 tive uma notícia não esperada: a leucemia tinha voltado! Foi outro baque porque desta vez além das quimioterapias eu vou precisar de um transplante de medula óssea", conta Ádne.

A jovem conta sempre com o apoio de familiares, amigos e namorado para enfrentar a luta contra o câncer, mas esses só podem ajudá-la com amor e carinho, pois nenhum deles podem doar a medula óssea para ela porque não são compatíveis. Para realizar um transplante de medula é necessário que haja compatibilidade entre o doador e o receptor. Esta compatibilidade tecidual é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6, que devem ser iguais entre doador e receptor.

A combinação de genes do doador e do paciente deve ser idêntica (100%) ou muito próxima do ideal (90%). As chances de encontrar um doador compatível na família é de 25%, sendo que um irmão pode ser totalmente compatível (100%) e esta sempre será a primeira escolha para ser um doador. Mas no caso de Ádne e de milhares de pessoas no mundo, não há esse doador na família e é neste momento em que se inicia as buscas por alternativas para a realização do transplante.

"Para o transplante de medula óssea acontecer, preciso encontrar um doador compatível. Quero pedir a todos vocês que estão lendo essa matéria, que possam ir ao Hemocentro mais próximo e fazer seu cadastro de doador de medula óssea. É um procedimento simples e rápido, ficarei muito grata! Não só eu, mas muitas outras pessoas estão a espera de um anjo doador. Que Deus abençoe a todos vocês!", ressalta a jovem.

Os dados abaixo vai ajudar a você entender o processo de doação de medula óssea e foram extraídos do site http://redome.inca.gov.br/

COMO SE TORNAR UM DOADOR DE MEDULA ÓSSEA?

– Procure o hemocentro mais próximo e agende uma consulta de esclarecimento ou palestra sobre doação de medula óssea.  (Em Teresina, o HEMOPI fica localizado na Rua 1º de Maio, Nº 235, Centro-Sul. O telefone do Hemopi é (86) 3221-8320).

– O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade.

– O seu sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade.

– Os seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

– Quando houver um paciente com possível compatibilidade, você será consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo, é necessário manter os dados sempre atualizados.

– Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde.

– Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.

COMO É FEITA A DOAÇÃO?

– A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas.

– A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções.

– O procedimento leva em torno de 90 minutos.

– A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.

– Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.

– Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.

Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, e será avaliada em cada caso.

O QUE É TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA?

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.

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