Brasil supera meta e vacina 67 milhões contra a rubéola

Piauí Hoje


A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) recebeu nesta terça-feira (3) o pedido de reconhecimento do êxito da campanha de vacinação contra rubéola, o primeiro passo para obter o certificado de eliminação da circulação do vírus no País. O Ministério da Saúde realizou a maior campanha de vacinação contra a rubéola no mundo ao imunizar, nos últimos cinco meses, mais de 67,2 milhões de pessoas.A meta foi ultrapassada e alcançou 95,79% da população-alvo. "Essa conquista é um feito histórico", comenta o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em cerimônia com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro entregou o relatório com os resultados da campanha a Diego Victoria, diretor da OPAS e da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil.Entre as mulheres, foram vacinadas mais de 34,8 milhões, com 98,4% de cobertura. Entre os homens, o número de vacinados chegou a 32,4 milhões, alcançando o índice de 93,1%. No grupo de 12 a 19 anos de idade, a cobertura foi considerada alta e precoce, atingido 108,44% (a proporção maior do que 100% se explica: a estimativa de público-alvo se deu sobre uma base populacional defasada ou foram imunizadas pessoas com idade próxima ao limite fixado pela campanha). Já no grupo de 20 a 39 anos, o percentual de cobertura ficou muito próximo do preconizado: 94,45%. Certificado - A concessão do certificado de eliminação da rubéola, um documento internacional, ocorrerá em duas etapas. A primeira é a certificação de que a campanha teve êxito e o Brasil conseguiu atingir a meta de vacinação. A segunda fase é comprovar que não há transmissão do vírus da rubéola no País. Durante o período de vigilância epidemiológica, se identificado qualquer caso, as autoridades sanitárias farão o bloqueio para que a doença não se espalhe. A previsão é que, até meados de 2009, o País esteja livre da moléstia e, no fim do ano, tenha eliminado a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC - transmitida da mãe para o filho, durante a gravidez). "O reconhecimento internacional, certificado por um comitê indicado pela OPAS, será efetivado após 12 meses sem evidência da circulação do vírus da rubéola, de acordo com critérios epidemiológicos pré-estabelecidos", afirma o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Oliveira Penna.Nesse período em que brasileiros suscetíveis (não-vacinados) podem se infectar em países onde o vírus ainda circula, é preciso manter os altos níveis de cobertura vacinal (acima de 95%) com a vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) no grupo de crianças de 12 meses de idade, e uma dose de reforço entre quatro e seis anos de idade.Essa alta cobertura produz uma proteção populacional (imunidade de grupo), pois o vírus, ao não encontrar pessoas sem anticorpos para infectar, não consegue circular de uma pessoa para outra. O Ministério da Saúde reforça que, mesmo com o fim da campanha, há vacinas contra a rubéola nos postos de saúde e lembra que mulheres grávidas durante o período da campanha e que já deram a luz devem se imunizar.Ao mesmo tempo, a vacinação de rotina dos serviços de saúde de crianças maiores, adolescentes e adultos não-vacinados vai continuar e uma detecção precoce de casos suspeitos de rubéola e rápida reação, com investigação e vacinação de bloqueio, ocorrerão prontamente.Todos os países da região das Américas assumiram o compromisso, junto ao Conselho Diretor da OPAS, formado pelos respectivos ministros da saúde, de eliminar a rubéola e a SRC até 2010. Até o momento, a eliminação de ambas só foi estabelecida nos Estados Unidos, onde ocorreram surtos da doença nos anos que se seguiram à eliminação da circulação local, em decorrência de turistas ou viajantes que chegaram com a doença e contaminaram outras pessoas.Erradicações - O Brasil já erradicou duas doenças: varíola (1973) e poliomielite (1994). Em 1992, foi realizada uma Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que obteve êxito de 100% da população-alvo - 52 milhões de crianças de um a 14 anos imunizadas na ocasião. Com isso, foi se consolidando a rotina de vacinação e as campanhas com menores de cinco anos. A partir de 2001, todos os casos confirmados de sarampo no País foram importados ou decorrentes de um caso importado.Números da Campanha (*)- 84 mil doses de vacinas (R$ 135,2 milhões)- 90 milhões de seringas e agulhas (R$ 8,9 milhões)- 220 mil voluntários e servidores da saúde- 10 aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB)- 41 mil carros- 600 barcos- R$ 3,4 milhões para a compra de caixas térmicas- R$ 1 milhão para bobinas de gelo reutilizáveis- R$ 2,3 milhões em treinamento, supervisão e assessoria- R$ 2 milhões em materiais impressos- R$ 19 milhões em campanha publicitária* Os investimentos citados acima são oriundos dos governos federal, estadual e municipal e recursos internacionais.

Fonte: Agência Brasil

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