Arte e Cultura

Teresina ganha 'Banho de Sangue' em aniversário de 168 anos; VEJA!

Performance idealizada por Luzia Amélia foi complementada com participação de Maria Lúcia

Valciãn Calixto

Domingo - 16/08/2020 às 09:03



Foto: OCorreDiário Apresentação em frente à estátua de Domingos Jorge Velho, um dos responsáveis pelo Banho de Sangue no Piauí
Apresentação em frente à estátua de Domingos Jorge Velho, um dos responsáveis pelo Banho de Sangue no Piauí

A professora e bailarina Luzia Amélia levou seu 'Banho de Sangue' para o balão da Universidade Federal do Piauí (UFPI) na Avenida Raul Lopes, zona Leste, onde fica a estátua de Domingos Jorge Velho, responsável por dizimar parte da população indígena do Estado.

A performance teve início às 8h deste domingo, quando Teresina comemora 168 anos de sua fundação, e foi apresentada para mostrar que a capital não tem o que celebrar nesse 16 de agosto de 2020.

O ato contou com interação de Maria Lúcia, presidenta do Centro de Defesa Ferreira de Souza. Em suas falas, a militante questiona as políticas públicas para a população preta e pobre de Teresina, relembrou o extermínio indígena, casos de feminicídio e as 809 morte em decorrência da Covid-19. 

"Teresina, 168 anos banhada de sangue dos povos originários e do povo preto. 809 pessoas mortas pela Covid-19. O que comemoramos?", dizia o convite para a live.

O manifesto-performance foi transmitido ao vivo pelas redes do OCorreDiário, Ocuparthe e Lagoas do Norte, Pra Quem? simultaneamente, podendo ser assistido nos perfis de qualquer uma dessas páginas.

O Banho de Sangue encerrou em frente a um painel montado no local com nome de familiares: avó, pai, irmã, mãe, tio, simbolicamente todos vítimas da violenta e recente história de Teresina.

"Negra sim, negra sou, para que não se derrame mais nenhum gota de sangue do nosso povo nessa cidade", era o mote do protesto. 

"Teresina, cidade que não aceita os seus, que não respeita os nossos ancestrais, que não aceita seus construtores, não à morte dos indígenas que construíram essa cidade, não à Domingos Jorge Velho e a essa estátua desse matador de índio. Quantos ainda vão precisar morrer para essa cidade respeitar quem a construiu. Estamos morrendo de Covid sem assistência nas periferias, estamos sendo ameaçados de ser desapropriados de nossas casas, não aceitamos a política genocida do prefeito Firmino Filho", diz outro trecho proferido durante o ato.

Veja a performance completa no vídeo a seguir:


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