Brasil

Retorno de R$ 200 bi em impostos sonegados evitaria o ajuste fiscal

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Quinta - 21/05/2015 às 18:05



Um estudo realizado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) revela que o valor total de impostos sonegados no Brasil no ano de 2015 atinge a cifra de R$ 200 bilhões. De acordo com os procuradores, que têm a missão de combater a sonegação de impostos no país, este valor corresponde a mais de duas vezes a economia pretendida pelo Governo Federal com a aprovação do pacote de ajustes fiscais, estimado entre R$ 70 e R$ 80 bilhões.

Como o objetivo de chamar a atenção da população para os valores astronômicos sonegados no país, o painel do Sonegômetro – estudo de autoria do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ) – será instalado no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro (RJ), próximo ao prédio da Petrobrás, hoje (21) e sexta-feira (22), entre 9h e 18h.

R$ 160 bi escoados com a lavagem de dinheiro

O sindicato revela que, dos R$ 200 bilhões registrados pelo Sonegômetro, do início do ano até agora, 160 bilhões foram escoados com as operações de lavagem de dinheiro. Por isso, ao lado do Sonegômetro, tambem será posicionada a Lavanderia Brasil, peça publicitária em formato de uma máquina de lavar gigante, que simboliza os valores sonegados com artifícios da lavagem de dinheiro no país.

O objetivo do ato público é chamar a atenção da população para a falta de investimentos na carreira dos procuradores da Fazenda Nacional, responsável pela recuperação dos tributos federais e combate à sonegação fiscal. Com a recuperação desses valores para os cofres públicos, essa atividade dos procuradores poderia evitar, por exemplo, os aumentos reiterados de impostos que recaem sobre a população brasileira. “O investimento na PGFN traz um retorno imediato ao governo e à sociedade. O órgão devolve aos cofres públicos 20 reais para cara real investido na procuradoria”, afirma o presidente do Sinprofaz, Heráclio Camargo.

20 bilhões recuperados em 2014

Só em 2014 foram recuperados mais de 20 bilhões pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), com base na perícia e na capacidade de trabalho dos procuradores. “Acreditamos que dobrando o orçamento da Procuradoria da Fazenda Nacional reverteríamos muito mais dezenas de bilhões de reais para os cofres públicos, evitando o corte de direitos trabalhistas, sociais, a elevação dos combustíveis e as novas ameaças de elevação de tributos”, destaca Heráclio Camargo.

Procuradores entregam 319 pedidos de exoneração na AGU e PGFN

Estes rombos nos cofres públicos poderiam ser ainda maiores, não fosse o trabalho dos procuradores da Fazenda Nacional, que somente nos últimos quatro anos evitaram a perda de mais de R$1 trilhão em contestações tributárias e arrecadaram mais de R$60 bilhões em créditos inscritos na dívida Ativa da União.

Com o objetivo combater, mais efetivamente, a sonegação e a corrupção na seara tributária e exigir melhores condições de trabalho, os procuradores da Fazenda Nacional vão entregar, nesta quinta-feira (21), 319 pedidos de exoneração dos cargos de chefia ocupados até então. Ao todo, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) conta com 340 cargos de confiança.

Além desta decisão que foi tomada em assembleia na última segunda-feira (18), outros 1553 procuradores da Fazenda Nacional já assumiram compromissos de não assumirem esses cargos que ficarão vagos. Com isso, a adesão atinge quase 90% de adesão da carreira.

Fonte: Sinprofaz

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