Brasil

Mina em Barão de Cocais pode se romper a partir de domingo

Vale confirmou que houve uma movimentação no talude norte da Cava de Gongo Soco

Sexta - 17/05/2019 às 00:05



Foto: Reprodução Barragem Sul Superior fica na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de MG
Barragem Sul Superior fica na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de MG

O Ministério Público de Minas Gerais expediu, nesta quinta-feira (16), recomendação à Vale para que a mineradora mantenha a população de Barão de Cocais informada sobre os riscos, danos e impactos de um possível rompimento da Barragem Sul Superior.

Na terça-feira (14), a Vale confirmou que houve uma movimentação no talude norte da Cava de Gongo Soco. De acordo com a da Defesa Civil de Minas Gerais, a estrutura está se deslocando cerca de quatro centímetros por dia e pode atingir a barragem em caso de ruptura.

A recomendação foi dada depois que o Ministério Público obteve, da própria Vale, documento que confirma que, caso permaneça a velocidade de aceleração de movimentação, há possibilidade de rompimento da estrutura entre os dias 19 e 25 de maio.

A barragem é do mesmo tipo da de Brumadinho, que se rompeu em 25 de janeiro. Até esta tarde, a Defesa Civil calculava que a tragédia tinha deixado 240 mortos - 32 seguem desaparecidos.

De acordo com a Vale, a cava da mina fica a 1,5 quilômetros da barragem e não há “elementos técnicos até o momento para se afirmar que o eventual escorregamento do talude Norte da Cava da Mina Gongo Soco desencadeará gatilho para a ruptura da Barragem Sul Superior”. A empresa afirmou ainda que a cava e a barragem são monitoradas 24 horas por dia.

Um novo simulado em Barão de Cocais está agendado para este sábado (18).

Apoio à população

O Ministério Público recomenda, ainda, que a mineradora forneça apoio logístico, psicológico, médico, além de alimentação às pessoas que podem ser atingidas.

A empresa também deve manter um posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Estes postos devem ter equipes multidisciplinares preparadas para acolhimento, atendimento às comunidades.

Segundo o MP, a Vale tem seis horas para informar ao órgão as medidas adotadas.

Dimensão dos danos

A Defesa Civil Estadual disse, na quarta-feira (15), que, caso haja deslocamento da estrutura, ainda não se sabe a força, nem a quantidade de material que seria levado para dentro da cava, que fica atrás da Barragem Sul Superior.

O G1 questionou, nesta quinta, se a Defesa Civil já tem informações sobre a dimensão dos danos caso haja rompimento do talude, mas o porta-voz da corporação, tenente-coronel Flávio Godinho, estava em reunião e não se pronunciou sobre o assunto.

Até a última atualização desta reportagem, a Vale não tinha se posicionado sobre a recomendação.

Fonte: G1

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