DOENÇAS

Estudante da Uespi desenvolve pesquisa sobre dengue, zika vírus e chikungunya

Jovem cursa o 6º período de Medicina na Universidade Estadual do Piauí (UESPI)


Danilo apresentou a pesquisa no XIX SPC & XVIII SIC 2019

Danilo apresentou a pesquisa no XIX SPC & XVIII SIC 2019 Foto: Reprodução

O estudante Danilo Rafael da Silva Fontinele, do 6º período de Medicina,  e a professora dra. Liline Maria Soares Martins, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), desenvolveram a pesquisa sobre o uso de marcadores sorológicos e moleculares na investigação de dengue, zika vírus e chikungunya em pacientes com suspeita clínica.

A pesquisa busca demonstrar a importância do problema, sobretudo, quanto a correta investigação laboratorial dos casos suspeitos, a fim de permitir um diagnóstico cada vez mais seguro e precoce. Além disso, permitir um prognóstico  dos pacientes e a redução de gastos públicos.

Segundo os pesquisadores, as arboviroses são atualmente um dos problemas de saúde pública mais relevantes a nível global, com consequências clínicas e econômicas preocupantes. “Com a circulação simultânea dos quatro sorotipos de dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4) e dos vírus chikungunya e zika, é um desafio para a assistência e também para a vigilância. As doenças possuem sinais clínicos similares, dificultando a suspeita inicial e, consequentemente, impactando as notificações, as quais, até o momento, superestimam a dengue e subestimam as demais”, afirmam.

A pesquisa foi realizada entre agosto de 2018 a julho de 2019 com a coleta dos dados entre março de 2018 a março de 2019. A coleta dos dados ocorreu por meio da análise de 160 fichas de investigação e os dados sorológicos e moleculares foram obtidos por meio de registros do Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) do laboratório.

O trabalho concluiu que a arbovirose de maior notificação foi o DENV, sendo a maioria dos pacientes procedentes do município de Teresina, chamando a atenção para a baixa notificação nos demais municípios do Piauí. Os casos suspeitos foram mais frequentes no sexo feminino, em pacientes com idade média de 29 anos. Os sintomas mais comuns foram febre e mialgia.

Ao analisar os marcadores foi verificado como a investigação dessas arboviroses ocorre no estado e caracterizaram o perfil epidemiologico dos casos. A metodologia de Elisa/IgM ou IgG foi o método que diagnosticou laboratorialmente a maioria dos casos. Quanto à análise molecular (RT-qPCR/RNA) foi observado uma baixa detecção para as três arbovirose investigadas, de acordo com os pesquisadores, isso se deve provavelmente à coleta da amostra biológica após o 5º dia de sintomas, onde a viremia está baixa.

Foi destacado a carência de informações do sistema de vigilância em saúde, escassez de fichas de investigação epidemiológicas e dados clínicos sobre a evolução dos mesmos, dificultando a elaboração e direcionamento de políticas públicas para o controle das arboviroses e consequentemente diagnóstico oportuno, tratamento e redução das arboviroses.

A pesquisa ressalta a importância de um treinamento adequado das equipes da atenção básica, para que os casos de arboviroses sejam acompanhados e tratados adequadamente, sem perda do seguimento dos pacientes. Essa estratégia possibilitará a redução dos altos índices de arboviroses que persistem em nosso meio, bem como a diminuição da recém-nascidos infectados por arbovírus, consequentemente, das sequelas irreversíveis que estas viroses possam ocasionar.

Danilo Fontinele faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). “É uma grande oportunidade fazer o que amamos com apoio e incentivo da universidade”, ressalta o pesquisador.

Fonte: AsCom

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