Meia Palavra

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Partidos divergem sobre critérios para indicação de cargos

Quarta - 27/03/2019 às 21:03



Foto: PAULO PINCEL/PH Deputados no Plenário da Assembleia Legislativa
Deputados no Plenário da Assembleia Legislativa

Como a MEIA PALAVRA previu, a base governista ameaça implodir mais uma vez por conta da disputa por secretarias. Os aliados não esperaram sequer a reforma administrativa ser sancionada pelo governador Wellington Dias (PT), o que deve ocorrer até sexta-feira (29), para começar a brigar pelos cargos de primeiro escalão no Executivo.

A troca de farpas na mídia começou foi cedo. E vai longe, principalmente se Wellington Dias demorar a definir time que pretende escalar para os próximos quatro anos de mandato.

Donos das duas maiores bancadas na Assembleia Legislativa, PT e MDB partiram para a briga. O ex-secretário de Administração e Previdência, o deputado estadual Franzé Silva, cotado para assumir - e botar ordem - na Secretaria de Educação, adiantou, nesta quarta-feira (27), que o governador vai ouvir cada um dos partidos que participaram da sua eleição para definir quem fica com o que.

Franzé defende que seja definido um critério para a composição do novo secretariado. Segundo o deputado petista, não vai ser no grito. “Quem grita mais levar cargos A ou B ou ter privilégios. Tem que haver um critério. Nossa linha de raciocínio dentro do PT é o critério do voto. Quem votou no governador. O partido mais votado foi o PT. Foram 350 mil votos muitos fidelizados. A fidelização do voto da bancada do PT. Não aconteceu 100% nas outras agremiações. Casos de pessoas que dentro da composição, mas que tinham lideranças do interior pedindo votos a outro candidato. O PT foi 100% direcionado a votos ao PT”, lembrou.

“Queremos colocar isso na mesa do governador. Quem votou no governador e quem mais teve peso a sua vitória. Essa é a linha de argumentação do PT. Queremos que o PT tenha espaço proporcional ao que colaborou para a vitória. Se o PT fidelizou 100% dos seus candidatos votando no governador, queremos colocar isso na mesa de negociação. Somos o partido com mais votos dos que integram a coligação”, ressaltou o deputado.

O líder do Governo na Alepi, deputado Francisco Limma (PT),  também  defende o critério da representatividade, do peso político de cada partido na coligação que elegeu Wellington Dias pela quarta vez em primeiro turno.

“É natural que o governador reserve áreas que são da própria governança como Fazenda, Administração, Planejamento e Governo. Mas, acredito que deve prevalecer, além do ‘peso’ político de cada partido, a votação que cada um teve na escolha específica dos nomes. Tudo isso somado ao critério técnico, como o governador tem falado. Nisso conta a capacidade de gestão de cada gestor. No meu ponto de vista acho que tudo isso será considerado”, defendeu Limma

PT quer tudo

O fiel escudeiro do MDB, o deputado estadual João Madison discorda. “Vamos dialogar com o governador. Não é com o Franzé e nem com o Limma. E isso quem vai fazer é o senador Marcelo Castro e presidente [da Assembleia Legislativa] Themístocles Filho”.

“Com relação aos cargos, o PT já tem 80%. Tem saúde, educação, administração, planejamento, Desenvolvimento Rural, que o Georgiano quis brigar e perdeu porque queriam passar para ele uma que não existe que é a do agronegócio. Não prática não foi nada. “É melhor o PT ficar com tudo, se ele está brigando. Você ainda quer mais cargos? O governador fica com 30% dos cargos do interior. Esses 30% vão sempre pro PT. E nós que votamos, vamos ficar na amargura? Eu não acredito que o governador não vá fazer isso", crê o medebista.

João Mádison disse que quem vota na Assembleia são os deputados. “Temos seis e o PT tem cinco. Até onde sei, seis é maior que cinco. A não ser que na matemática do Franzé esteja errada”, ironizou.

Nesta sexta-feira (29), o Karnak vai ficar pequeno para a vaidade dos líderes partidários, que vão passar a bater ponto no palácio, com fazem outros “peixes” pequenos, ávidos por um naco de poder, para reclamar a parte que entendem serem merecedores.    

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Paulo Pincel

Paulo Pincel

Paulo Barros é formado em Comunicação Social-Jornalismo/UFPI; com Especialização em Marketing e Jornalismo Político/Instituto Camilo Filho

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