Meia Palavra

Maia pede apoio do Piauí para a reforma da Previdência


Wellington Dias no almoço com Rodrigo Maia em Teresina

Wellington Dias no almoço com Rodrigo Maia em Teresina Foto: CCom

Articulador da reforma da Previdência junto aos governadores, o  presidente da Câmara Federal, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou ao Piauí nesta quinta-feira (14). E almoçou com o governador Wellington Dias e com integrantes da bancada federal do Piauí, no Restaurante Cantinho do Faustino.  O almoço estava marcado para o meio-dia (14), mas começou por volta das 14h por causa do voo do presidente da Câmara, que também atrasou.



No cardápio, o socorro financeiro para os estados e municípios em troca do apoio das parlamentares à reforma da Previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Não é só arregimentar votos, você precisa organizar com os governadores qual é a pauta deles, porque nenhum governador vai votar a Previdência só porque ela é importante", afirmou Maia, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Rodrigo Maia esteve no Ceará e São Paulo, onde também se reuniu com as bancadas e governadores. Como contrapartida ao apoio à reforma, o governo promete um pacote de medidas para ajudar os estados a superarem o "colapso" financeiro, a quebradeira que já atinge toda federação, decorrente de anos seguidos de crise.

Entre as promessas que Maia traz na bagagem está a tão reclamada "securitização da dívida dos Estados", a prorrogação, de 2024 para 2028, do prazo para Estados e municípios quitarem seus precatórios e o maior acesso ao programa de socorro do governo federal aos Estados e ajuda financeira de curto prazo. 

Wellington Dias com Rodrigo Maia
Wellington Dias e Rodrigo Maia    [Foto: Jorge Bastos]

Outro "mimo" é a elevação de R$ 3 bilhões para R$ 8 bilhões das transferências de recursos da União para os Estados em 2019, como o ressarcimento da Lei Kandir. Criada em 1996, a lei tirou o ICMS da exportação de produtos primários e semielaborados. A União ficou de compensar as perdas decorrentes da lei, o que nunca aconteceu.

Ao tentar convencer deputados e senadores da necessidade das mudanças, Rodrigo Maia esbarra justamente na minuta do texto da reforma proposta por Bolsonaro, que vazou na semana passada. Nela, há várias alterações que passam a valer a partir da aprovação da nova lei da previdência, como a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres; aposentadoria integral após 40 anos de contribuição, tempo mínimo de contribuição de 20 anos e capitalização de aposentadorias.

Maia gasta querosene de avião e saliva para barganhar o apoio de governadores e o votos de deputados federais e senadores, oferecendo em troca a "bondade" de Brasília, a promessa da liberação para Estados moribundos de uma esmola federal que inclui os recursos retidos ilegalmente pela União.

Não há vantagem. O que estão oferecendo aos estados já está garantido na lei. São repasses que vem sendo protelado justamente para servir de moeda de troca na hora da aprovação do "saco de maldades" que o Palácio do Planalto tem preparado para os trabalhadores, ativos e inativos, civis e militares. Se vingar essa proposta, vamos morrer trabalhando. E esteja preparado: a Previdência é apenas o começo.

Wellington Dias fala sobre a previdência
Reunião com Rodrigo Maia (de costas) no Palácio de Karnak               [Foto: Jorge Bastos]

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Paulo Pincel

Paulo Pincel

Paulo Barros é formado em Comunicação Social-Jornalismo/UFPI; com Especialização em Marketing e Jornalismo Político/Instituto Camilo Filho
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