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Críticas de Ciro ao governo é antecipação de campanha

Sábado - 30/03/2019 às 13:03



Foto: Jorge Bastos/CCom Ciro Nogueira com Wellington Dias no Palácio de Karnak
Ciro Nogueira com Wellington Dias no Palácio de Karnak

Primeiro as coisas primeiras. A nomeação dos secretários indicados pelos partidos da base governista vai acontecer a partir da próxima semana, mas somente depois de implementada as mudanças contidas na reforma administrativa, considerada “pífia” em fogo amigo do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas.  

Até lá, o governador vai conversar com todos os líderes partidários para acalmar os ânimos e evitar o pior: o racha na aliança, que é tudo que a oposição deseja. "Nada que não se resolva com diálogo. Vamos trabalhar tendo o diálogo como prioridade", avisou.

O governador entende que é preciso tratar da organização necessária do que foi aprovado pela Assembleia Legislativa para garantir que a nova equipe possa ter condições de governar. Depois, é dialogar com cada partido, com as lideranças, para compor o secretariado.

“Quero dialogar com as lideranças que compuseram nossa vitória e ter a responsabilidade da governança, que vamos fazer no mês de abril. Agora devemos tratar e buscar dar posse nas áreas onde acontecem mudanças. A partir do final de semana começo a ter esse diálogo”, adiantou Wellington Dias, em uma coletiva improvisada após dar posse aos secretários Osmar Júnior (Governo) e Fábio Abreu (Segurança), na manhã de sexta-feira (29), no Palácio de Karnak, em Teresina.

As mudanças aprovadas pela Assembleia Legislativa e sancionada na sexta-feira (29) pelo governador Wellington Dias pretendem gerar uma economia de R$ 400 milhões nos gastos para manutenção da máquina administrativa - R$ 300 milhões com as despesas de custeio e R$ 100 milhões com pagamento de pessoal.

Mas houve críticas. “Esperava uma reforma maior, que cortasse mais pastas. No dia que o Progressistas administrar o Estado vocês verão o que é  enxugamento de máquina. Quem tem comando é o governador.  Ele que deve saber o que precisa ser feito. O Progressistas tem a visão de um Estado mais enxuto. Um estado que possa  prestar um maior serviço a sociedade e tenha maior poder de investimentos. Para isso precisamos diminuir a máquina pública", detonou Ciro Nogueira.

"Cada um tem seu estilo, sua forma de fazer as coisas. Quero seguir com um plano que tem um objetivo muito claro: retirar o Piauí, que era um patinho feio, e passe a ser um Estado com alto desempenho. Temos um plano para todas as ações que aumentam a qualidade de vida”, comentou Wellington Dias, sem demonstrar constrangimento algum com a crítica do aliado

O senador progressista também defendeu que os nomes indicados pelos partidos tenham o mínimo de qualificação para ocupar os cargos. “Quem elege, governa, é natural. Agora tem gente competente no PT, no MDB, no Progressistas. Espero que o governador saiba escolher. Não podemos entregar nenhum tipo de órgão a pessoas incompetentes no nosso estado”, provocou Ciro Nogueira, que tem sido ácido nas críticas ao governo do qual faz parte.

Wellington Dias rebateu com diplomacia. "Ao assinar aqui a ata da posse, quem assume, assume um contrato de gestão com as metas que o governador está definindo com base no nosso programa de governo para cada área. Ao mesmo tempo quero agora trabalhar para que em cada área tenha as pessoas com condições técnicas na parte que há exigências da qualificação necessária para compor a equipe".

As falas de alguns aliados deixam muito claro que já está em curso a campanha pela sucessão de Firmino Filho em 2020, que é pano de fundo para a sucessão de Wellington Dias em 2022.  

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Paulo Pincel

Paulo Pincel

Paulo Barros é formado em Comunicação Social-Jornalismo/UFPI; com Especialização em Marketing e Jornalismo Político/Instituto Camilo Filho

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