Olhe Direito!

Temos que ter esperança?


Esperança

Esperança Foto: Divulgação

Este ano termina daqui a 21 dias – três semanas. Um encerramento que não parece merecer festas, até pelas condições sanitárias de uma pandemia que ainda não tem controle. Vamos entrar 2021 pensando muito mais no presente e sem um horizonte de confiança em um futuro próximo que seja.

Diante de tanta incerteza, será que devemos ter esperança? Sim, devemos ter esperança. Todas as culturas conhecidas nos guiam sempre para isso, para a expectativa de que o amanhã sempre pode ser melhor que o hoje.

Mas quando nós, como sociedade humana, estamos jogados numa situação em que a desesperança parece ser crescente, o desânimo pode ser maior que nossa capacidade de aspirar dias melhores. Isso nos empurraria para baixo, como se uma vertigem sem fim nos levasse a um poço no qual cairíamos sem parar. Depressão e medo podem estar mais próximos de nós que a alegria e a esperança.

Ocorre é que, por mais ruins que sejam as notícias, por piores que sejam os números de saúde e economia neste ano difícil para todos, temos que olhar nosso entorno para perceber que, sim, há razões para aspirarmos dias melhores, para a fé de que as coisas terão, sim, em breve futuro, um desenlance menos traumático do que os dias de turbulência que atravessamos.

Sobre isso, me veio à mente a ideia de estabelecer um comparativo entre os dias atuais e os de um conflito em escala global, em que se opõem forças de distintas orientações, se enfrentando ferozmente e com riscos de que um dos lados vitoriosos possa lançar o mundo em uma condição de piora nas relações sociais.

O conflito que está descrito bem poderia ser a II Guerra Mundial. O atual, a guerra global contra uma doença com potencial para matar milhões de seres humanos, se não controlada, liminarmente por medidas de profilaxia física, depois, de modo definitivo, por imunização em massa.

A maioria de nós, aliás, nunca experimentou uma algo de gravidade e temores ainda maiores, como, por exemplo a II Guerra Mundial, encerrada 75 anos atrás. Mais de 50 milhões de pessoas morreram ao longo de seis anos de conflito, sem se mencionar as privações que centenas de milhões passaram. Certamente enquanto a guerra seguia seu curso havia menos esperança, mas se sabia, como agora, que forças em luta se dispunham a vencer um inimigo comum e a restaurar a paz. Agora, esperamos a restauração da saúde coletiva, o que representa salvar vidas.

Na II Guerra Mundial se sabia dos esforços de exércitos contra os extremismos. Os avanços eram celebrados e representavam o fortalecimento da esperança. Dá-se o mesmo agora. Graças aos esforços científicos, é cada vez menos distante o horizonte para se deixar a pandemia para trás. Há, portanto, razões para a esperança.

Siga nas redes sociais
Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
Próxima notícia

Dê sua opinião: