Filosofia de Vida

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Bullying e como reconhecer neste período de volta às aulas se a criança sofre

O bullying envolve um comportamento agressivo, repetitivo

Fabiano de Abreu

Sábado - 01/02/2020 às 19:29



Foto: Grupo Violes - blogger Bullying
Bullying

No período da adolescência, e mesmo da pré-adolescência, os indivíduos têm uma vulnerabilidade muito grande em relação ao bullying, pressões sociais, dentre outros aspectos. As redes sociais são um dos grandes motivadores do aumento da ansiedade e até de depressão, seja por comentários maldosos ou as famosas fake news, que viralizam instantaneamente. 

O bullying envolve um comportamento agressivo, repetitivo, praticado por alguém que exerce algum tipo de poder sobre outro, a ponto de sentir-se superior e alimentar seu ego, principalmente na frente de seus colegas. No cyberbullying, ou bullying virtual, o anonimato pode trazer uma "vantagem" a quem o pratica, já que este pode atacar sem que a pessoa tenha chances de defesa, de forma anônima e oculta.

Para o filósofo e especialista em estudos da mente e comportamento humano, Fabiano de Abreu, cabe aos pais identificarem a mudança no comportamento do filho: "quando convivemos intensamente com alguém, percebemos suas mudanças comportamentais, ainda que singelas, assim como as distinções e micro expressões faciais comuns, sinais emitidos pelo corpo. Ao percebermos tal mudança em uma criança ou jovem, devemos tentar dialogar. Estabelecer diálogo, procurar ser amigo desta criança ou jovem, implica em passar algum tempo com ele e assim buscar ter uma conversa, dentro de um raciocínio lógico e linguagem apropriados para aquela faixa etária. Ganhar a sua confiança ajuda a ter conhecimento de tudo que se passa em seu cotidiano."

É importante também a percepção de que o erro pode estar em si e não no outro. Buscar compreender e apurar os fatos, e ter a preocupação em resolvê-los, já é um grande avanço para a buscar a solução.

Para o filósofo, o ideal é que escolas estejam em permanente contato com os pais, especialmente para relatar episódios de bullying, preconceito e agressão física ou verbal. Fabiano acredita que a psicologia e a filosofia devem estar presentes nas escolas, e que tais deveriam contar com profissionais da área no processo educacional, assim como contam com os professores. 

"Hoje em dia muitas crianças passam a maior parte do seu tempo na escola. Lá aprendem e interagem com outros alunos, que trazem à sala de aula características com base em sua educação e cultura. Toda escola deveria ter um psicólogo de prontidão para apurar situações graves como as de bullying, e também quaisquer situações mais leves, que possam tornar-se graves. Os professores deveriam adaptar-se à evolução e a interação digital, pois o professor não deixa de ser também um educador. Fazer uso da criatividade para chamar para si a atenção dos alunos é muito importante. A filosofia deveria ser adotada em todas as turmas, de todos os anos letivos e séries; lembrando que o ensino de filosofia não é para que os alunos sejam filósofos, e sim para que entendam melhor a vida, a existência, suas consequências, comportamento e meios para tornarem-se sociáveis, e assim tentar entender as questões óbvias e as não tão obvias da vida."

Na volta às aulas, o filósofo acredita que seja um bom momento para identificar se o filho está sofrendo bullying na escola. 

"Há males que vem para o bem. Quando se tem o sintoma, identifica-se o problema. Podemos identificar se a criança costuma sofrer bullying na escola no período que antecede a volta às aulas. Manter esta aliança de confiança, parceria e amizade com a criança e perguntar se ela está feliz em voltar às aulas e reencontrar os amiguinhos é um bom caminho para essa descoberta. Não podemos confundir a baixa potência da criança na resposta devido a ter que estudar, com a tristeza contida em fazê-la lembrar que voltará a ter o tormento que a faz sofrer o bullying. É a nossa inteligência cognitiva que poderá determinar a expressão da criança e o tipo de problema e assim, encontrar maneiras para argumentar e também resolver através não só da conversa mas também alertando a direção da escola." 

Fonte: Fabiano Abreu

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Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

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