Por Deusval Lacerda de Moraes
O tema em epígrafe se trata do meu próximo e terceiro livro, que já está no prelo e será intitulado Golpe Nunca Mais - Um Tributo à Democracia, referente ao golpe parlamentar-constitucional-judicial ditado ao Brasil no dia 31 de agosto de 2016 e de triste memória.
Ainda lembra o golpe civil-militar imposto à Nação brasileira no obscuro dia 31 de março de 1964. A História recente registra como um dos piores regimes políticos que poderia ser instalado na República Federativa do Brasil.
Nesse contexto, destaca-se que os dois golpes, de configurações diferentes, têm em comum os mesmos ideais e objetivos que são preservar o comando político-administrativo da Nação aos poderosos de sempre, ancorados na elite, direita, extrema-direita e manipulador patronato midiático.
Nenhum dos dois movimentos de ruptura institucional do Brasil foi medida inteligente, providencial e salutar para dar rumo certo aos destinos da nossa sofrida Pátria.
Ambos se portaram maléficos, cujo resultado foi e será da pior ingerência para a sociedade em geral, e que o povo sofre com tais experiências extravagantes e, no caso da ditadura militar, cruéis.
O regime de exceção, político e institucionalmente, descambou para o nefasto Anos de Chumbo com o endurecimento por meio da outorga do famigerado Ato Institucional N* 5 (AI-5) que foi denominado de Golpe no Golpe.
O golpe militar de 1964 foi grande desastre em todos os aspectos da vida nacional por 21 longos e tenebrosos anos e que gerou para alguns dos seus opositores perseguição, prisão, tortura, banimento, exílio e morte.
Criou-se um sistema que suprimiu todas as liberdades individuais e fundamentais da pessoa humana, oprimindo e potencializando o crime, a repressão e o terror.
Foi um período de arrocha salarial, aumento do analfabetismo, baixa expectativa de vida, descontrole da dívida externa e hiperinflação com fantasmagórico legado de crise política, econômica e social.
Já o golpe de 2016 vem causando também a ruína de parte do povo brasileiro por ser contra o pobre e por ter na sua essência o viés do aniquilamento dos direitos consagradores da cidadania e tão ardorosamente conquistados.
Ademais, e face ao conturbado cenário político das eleições presidenciais de 2018 resultou vitorioso mandatário inexperiente e que não possui condições de governar o Brasil e, por ser de extrema-direita, quer apologia oficial no dia 31 de março em homenagem à Ditadura Militar.
Ato que beira as raias do ridículo, da mediocridade, da maldade, da inconstitucionalidade, além da falta de perspectiva para elevar o País ao concerto das nações que lutam pelo desenvolvimento dentro dos parâmetros hodiernos do Estado Democrático de Direito.
Dito assim, percebe-se o quão o Brasil se embromou político e institucionalmente e cujo passo dificulta cada vez mais o País se libertar das amarras do atraso que sempre obstaculizou o seu salto para dignificar o bem-estar da população. De tudo isso, uma constatação: Golpe Nunca Mais!
[08:27, 30/3/2019] Deusval: Já o autointitulado presidente do Brasil José de Abreu tem outra proposta para comemorar em 31 de março: Dia da Milícia.
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Deusval Lacerda
Deusval Lacerda é natural de São João do Piauí. É economista e advogado.