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Lava Jato completa 5 anos em meio a denúncias de ilegalidades e disputa por poder


Os homens da Lava Jato: cinco anos de celetividade

Os homens da Lava Jato: cinco anos de celetividade Foto: Facebook

Os procuradores do Ministério Público Federal no Paraná, que se tornaram conhecidos no país por causa da Operação Lava Jato, estão mostrando certo desespero com as mudanças que vêm ocorrendo com as descobertas de várias ilegalidades cometidas por eles e o braço do Judiciário, contra acusados e investigados e condenados por eles próprios durantes os últimos cinco anos.

Denúncias de abuso de poder, perseguição, ilegalidades processuais e de ação política da chamada República de Curitiba, a Lava Jato vem perdendo credibilidade perante a população e sofrendo derrotas no próprio Judiciário.

A história do acordo ilegal entre a Petrobrás, o Governo dos EUA e os procuradores da Lava Jato, para a criação de fundo de R$ 2,5 bilhões, revelou a ganância do grupo de procuradores federais no Paraná por dinheiro e poder. 

A criação do tal fundo foi proposto, às escondidas dos superiores, pelo grupo de Deltran. Foi uma ação coberta de tanta ilegalidade que a própria chefe do MPF, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal - STF, a anulação total e imediata do acordo da "Fundação Lava Jato".

Esse "jacaré, com cabeça de jacaré e rabo de jacaré"  desgastou o grupo da Lava Jato mais que a ilegal condenação e prisão do ex-presidente Lula. Mas da mesma forma como ocorreu com o líder petista, teve apoio decisivo de uma juíza de piso, substituta de Sérgio Moro na 13a Vara Federal, em Curitiba (PR), Gabriela Hardt, uma espécie de seguidora fã do agora ministro do Governo Bolsonaro.

Sob o eterno mantra do cabate à corrupção, o grupo do procurador Detran Dallagnol já tem qualquer constrangimento em mostrar os métodos que usam contra seus alvos, a quem estão servindo, a disputa de poder e a ganância por dinheiro.

Primeiro foram os tufos de dinheiro que chegaram aos advogados indicados para as bancar as delações como o lavajateiros queria. Depois vieram as palestras lucrativas de Dallagnol e seus colegas. Questionadas e criticadas, elas viraram "cursos" e depois "aulas". Mas nada de filantropia. Tudo na base de cachê alto, afinal um dinheirinho a mais no bolso não faz mal a ninguém.

Mas essas atividades dos homens da Lava Jato têm um preço: a queda de popularidade e a desconfiança sobre a seriedade e boa fé dos donos da operação que já fez muitas coisas curiosas, como delações combinadas, liberação de delatores, dispensa de testemunhas importantes pró acusados e até tentativa de sequestro em conduções coercitivas, além, claro, de condenações sempre provas e só por convicção.


COMEMORAR O QUE? - Os procuradores federais da República de Curitiba fizeram reunião para comemora os cinco anos da Lava Jato. Pouca gente se manifestou, tanto assim que a TV Globo, a porta voz e sustentáculo da operação se limitou a fazer entrevistas com seus dois dos seus "heróis".

Mas o pessoal da Lava Jato só pode comemorar mesmo a autopromoção, porque a maior parte dos acusados, denunciados e até condenados está em suas mansões, com muito dinheiro e levando a mesma vida de antes.

Também não há motivos para comemorar a destruição da indústria, das grandes empresa do país e milhares e milhares de empregos. E não serve de orgulho pra ninguém ações ilegais e a subserviência ao governo do Estados Unidos.

Diante do desgaste claro que enfrenta, o agora chefe do grupo, Deltran Dallagnol (antes o chefe de todos era o então juíz Moro) se limitou a autoelogios e conceder entrevistas à velha mídia para questionar as decisões do STF que vão colocando a Lava Jato no lugar que de onde nunca deveria ter saído se o STF e Congresso Nacional tivessem cumprido seus papéis desde o início da operação.

Os procuradores estão sentindo o desgaste de popularidade e a desconfiança de instituições. Dallagnol demonstra angústia com isso e agora vive pedindo apoio da população, numa espécie de apelo político. Isso deixa muito claro o apego aos métodos aplicados com a condescendência de parte do Judiciário e total omissão do Congresso Nacional e outras instituições da república, como a própria PGR.

Eles também deixam muito claro que realmente estão numa disputa de poder e ganância por dinheiro ao reagir contra o pedido de anulação do acordo para criação da fundação que vinha sendo comandada por Dallagnol.

A bem da verdade, há muito tempo a Lava Jato deixa claro 
sua atuação política para tornar alguns dos seus donos bem populares e, assim, ocuparem melhores cargos, como é o caso do ex-juiz Sérgio Moro, que virou político e ganhou o cargo de Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, governo até aqui marcado por denúncias de erros, de irregularidades, de jogo de influência e sem planos claros para o país sair do abismo em que os golpistas jogaram.

O GOVERNO DA LAVA JATO - 
Ficou claro que a Lava Jato influenciou de várias formas, todas ilegais, para a mudança no resultado das eleições presidenciais de 2018. O uso de vazamentos ilegais de vídeos, áudios e documentos para mídia conservadora e familiar ficou comum pela falta de punição dos autores.

O certo é que até agora o governo que a Lava Jato ajudou a eleger não disse ao que veio. Esse é o governo Lava Jato. O então juiz Sérgio Moro e os procuradores do MPF de Curitiba ajudaram na eleição do "Capitão". Fizeram tudo para modificar o resultado das eleições de 2018 como queriam desde 2014.

Com discurso de combate à corrupção, além de gerar desemprego em todo país, ao destruir nossas maiores empresas, a Lava Jato quase acabou a Petrobrás, ajudou levar o país à instabilidade política e colaborou de forma cristalina para derrubar Dilma Rousseff. O vazamento ilegal de conversa da presidente com Lula, feito pelo juíz Moro foi decisivo um golpe parlamentar. Moro não foi sequer advertido pelo crime que cometeu. Pediu desculpas ao STF e ficou por isso mesmo.

Dilma foi derrubada por um golpe. Ela não cometeu qualquer crime, como os bandidos lideradas por Eduardo Cunha, mentiram para todo o país. Tudo porque ela não aceitou as chantagem do ex-presidente da Câmara, hoje preso por vários crimes, principalmente corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Mas adiante, a Lava Jato foi completar o serviço sujo pegar o troféu que tanto os bons samaritanos de Curitiba queriam: sem nenhuma prova de crime, o juíz Morou com apoio do grupo de Dallagnol e dos TRF 4, condenou e prendeu o ex-presidente Lula. Isso mudou completamente todo o cenário das eleições de 2018. Com Lula livre e na disputa nem governo e nem o Congresso seriam o que temos hoje. 

Quando tirou Lula do jogo,  evitando que ele fosse candidato a presidente da república, o pessoal da Lava Jato começou a pavimentar o caminho que Moro havia desenhado pra subir de níves. Com o troféu Lula, o então juiz Sérgio Mouro, com apoio da mídia golpista, teve ascensão imediata. De "juiz de piso" passou direto para o cargo de ministro de estado da Justiça sem o menor problema.

A Lava Jato só ferrou mesmo os adversários do atual governo. Só quem se indigna com erro de dos outros insiste em apoiar as ilegalidades dos lavajateiros. Se a operação tivesse respeitado as leis, a Constituição e o Código de Processos Penal e não tivesse feito coluio com a CIA não estaria sendo desmoralizada dia a dia. Será correto combater a corrupção cometendo crimes, ilegalidades e uma disputa por poder?

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Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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