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Burocracia alimenta a corrupção e atrapalha combate à Covid-19


O carimbo é dos símbolos da burocracia

O carimbo é dos símbolos da burocracia Foto: Reprodução

A burocracia sempre foi mal vista na estrutura do estado. Desde que se instalou o primeiro governo no Brasil, os burocratas pensavam em comandar as repartições públicas. E para conseguir seus intentos, faziam qualquer coisa que seus chefes ordenassem. Por isso, eram chamados de lacaios, sabujos e serviçais.

Os burocratas brasileiros da época do império eram tão subservientes que atraiam a antipatia da maioria, inclusive dos "superiores". Eram os que, no linguajar de atual, são conhecidos como "babões" e "puxa-saco".

Com o passar do tempo e algumas mudanças de comportamento da própria sociedade, eles melhoraram a imagem, conquistaram espaços e se firmaram na estrutura das repartições públicas em todas as esferas de poder.

Apesar das mudanças e dos avanços, a maioria dos burocratas guarda os traços da origem. E ainda são tidos como pessoas que emperram o andamento de decisões em qualquer lugar.

A impressão que passam é que o dia inteiro ficam pensando em alguma coisa pra ocupar outras pessoas e mostrar seus serviço para justificar seus salários, muitas vezes generosos.

Os burocratas são sempre cordiais e pontuais. Não reclamam de quase nada e amam receber tarefas dos seus chefes fora do expediente de trabalho.

Geralmente, passam muito tempo em casa nos fins de semana. São bons provedores mas, ao mesmo tempo, relapsos com a família e amigos, porque acabam levando para casa muitos trabalhos para agradar os chefes.

Adoram as festinhas e encontros com a turma da repartição, principalmente se os chefes marcam presença. O cinismo, a falsidade e malcaratismo parecem as características mais comuns entre esses tipos de seres.

Os burocratas cometem muitos erros e até irregularidades ao longo da vida. Mas são rápidos em culpar outros quando algo da errado. Eles, quase sempre, procuram boa desculpa para se sair numa boa de vexames e situações constrangedoras.

É um erro confundir organização com burocracia. A primeira facilita processos e a segunda tornou-se um instrumento de criar dificuldades para alguém "vender de facilidades".

Onde a burocracia impera, a corrupção e fraudes estão lado-a-lado. Ela é tão nociva que o último presidente do regime militar, general João Baptista de Figueiredo, criou (1979), o Ministério da Desburocratização, extinto em 1986, na gestão José Sarney.

A luta contra desburocratização sobrevive até hoje. No atual governo existe uma Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, órgão do Ministério da Economia. Mas parece não funcionar.

Neste momento, em meio à pandemia da Covid-19, constata-se, mais uma vez, que a burocracia está atrapalhando muito a todos os brasileiros, notadamente aos mais pobres, que necessitam com urgência de assistência e recursos da  União, estados e municípios para sobreviver.

Por causa do excesso de burocracia no estado brasileiro os recursos que deveriam ter sido liberados há quase um mês para socorrer as pessoas, as empresas e instituições ainda estão nos cofres do governo.

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Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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