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Projeto anticrime aprovado na Câmara altera pena para ofensas nas redes sociais

Neste projeto existe a previsão de alteração de questões com relação aos crimes contra honra praticados nas redes sociais (internet).

Prof. Dr. Luiz Augusto Filizzola D’Urso

Segunda - 16/12/2019 às 17:09



O Pacote anticrime, apresentado pelo Ministro Sérgio Moro, foi aprovado na Cãmar e  no Senado.  Neste projeto existe a previsão de alteração de questões com relação aos crimes contra honra praticados nas redes sociais (internet). “Nós temos no Código Penal a previsão dos crimes contra a honra, que são Calúnia, difamação e injúria”, afirma D’Urso. O Professor explica cada um deles:

“A calúnia ocorre quando alguém imputa um crime a terceiro, mas na verdade este crime inexiste. A pena hoje é de 6 meses a 2 anos de detenção”;

“Já a difamação ocorre quando alguém ofende a reputação de terceiro, isso quer dizer, imputa-lhe fato ofensivo, e este ataque chega ao conhecimento de terceiros. A pena nestes casos é de 3 meses a 1 ano de detenção”;

“No caso da injúria, não há imputação de um fato, mas sim um ataque direcionado à vítima, que tem sua dignidade ofendida. A pena é de 1 a 6 meses de detenção”.

“Atualmente, quando estes crimes são praticados pela internet, se aplica um aumento de pena de 1/3, que está previsto no Código Penal, em seu artigo 141, inciso III. Isto ocorre, pois o Código Penal, mesmo sendo de 1940, trouxe um aumento de pena para quando estes crimes contra a honra fossem praticados “por meio que facilite a divulgação”, ou seja, como por exemplo pela internet”, lembra D’Urso.

Sobre o Projeto anticrime: “A alteração proposta neste Projeto Anticrime, é a inclusão de um novo parágrafo no Artigo 141, com a seguinte redação: se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores (internet), aplica-se a pena no triplo”.

Assim, verifica-se, que quando a difamação, injúria ou calúnia, ocorrer pelas redes sociais, a pena será triplicada, trazendo uma resposta punitiva mais severa a estes criminosos.

Por  Prof. Dr. Luiz Augusto Filizzola D’Urso, que é especialista em Cibercrimes e Professor de Direito Digital no MBA da FGV.

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