Saúde

ARBOVIROSE

Teresina tem três casos de Febre do Oropouche confirmados; entenda a doença

Os sintomas da doença podem ser confundidos facilmente com os da dengue

Da Redação

Quarta - 10/04/2024 às 12:45



Foto: Divulgação Laboratório Central do Piauí ( Lacen)
Laboratório Central do Piauí ( Lacen)

Teresina tem três casos confirmados da Febre do Oropouche, doença transmitida pela picada de um mosquito e os sintomas são semelhantes ao da dengue. De acordo com a Fundação Municipal de Saúde (FMS), os três pacientes foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Renascença, na zona Sudeste, em março/2024. 

“Os pacientes não estiveram em outra cidade ou estado recentemente – o que leva a crer em transmissão autóctone, embora ainda não se possa determinar o local exato onde foram infectados”, comenta Walfrido Salmito, diretor de Vigilância em Saúde da FMS. 

Dois dos pacientes residem na zona Sudeste. Eles apresentaram suspeita inicial de dengue, receberam medicações, tiveram amostras de sangue colhidas e foram liberados para tratamento domiciliar. Entretanto, os testes para dengue resultaram negativos. Os casos de Febre do Oropouche foram confirmados por exames de biologia molecular (RT-PCR) realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí Dr. Costa Alvarenga (LACEN-PI).

Walfrido Salmito explica que a detecção destes casos é considerada um evento atípico, visto que a doença não é considerada endêmica no Piauí.

“Em 2021, a FMS divulgou a confirmação laboratorial do primeiro caso da doença no estado. À época, levantamento de campo realizado pela Zoonoses em parceira com o Instituto Evandro Chagas identificou a presença do mosquito transmissor da febre Oropouche no entorno do domicílio do paciente, diz”.

 Desde então, mais oito casos apresentaram testes positivos para infecção pelo vírus Oropouche, porém por métodos sorológicos que, por natureza, são mais sujeitos a reações cruzadas e a resultados inconclusivos.

Tranmissão

A transmissão da febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece se multiplicando no mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela. 

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença, silvestre e urbano. No primeiro, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

 Quanto ao ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus e o maruim também é considerado como principal vetor. Entretanto, mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus (um tipo de “muriçoca”) é comumente encontrado em ambientes urbanos e pode, ocasionalmente, transmitir o vírus Oropouche aos humanos.

Sintomas

Os sintomas da febre oropouche são similares aos das outras arboviroses, sendo difícil diferenciá-los das demais. É comum haver: 

  • Febre; 
  • Dor de cabeça; 
  • Dor muscular; 
  • Dor nas articulações; 
  • Surgimento de manchas na pele; 
  • Náuseas; 
  • Diarreia.

Diagnóstico

O diagnóstico de febre oropouche é feito com base nos sintomas do paciente, na história epidemiológica e nos exames laboratoriais. 

No início da doença, o diagnóstico pode ser realizado a partir de testes que identificam a presença do vírus, como o PCR. Já em quadros clínicos mais tardios, pode ser realizada a sorologia (ou seja, a pesquisa de anticorpos produzidos em resposta à infecção). Ambos os procedimentos dependem da coleta de uma amostra de sangue do paciente. 

Tratamento

Não há um tratamento específico para a febre oropouche. Em geral, o paciente é orientado a ficar em repouso e, a depender do quadro, são feitas medicações sintomáticas para controlar, por exemplo, a dor e a febre. 

Prevenção
Evitar a proliferação de criadouros de mosquitos e o contato com eles são a principal forma de prevenção da febre do Oropouche. Em especial durante visitação de regiões de mata, é fundamental que sejam utilizadas roupas de mangas compridas e repelentes sobre as áreas expostas de pele.

Fonte: Com informações de nav.dava

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