Política

Bolsonaro diz que seria "ilógico" pedir asilo a embaixador húngaro

A explicação foi enviada ao STF nesta quarta-feira (27), após o ministro Alexandre de Moraes dar um prazo de 48 horas para Bolsonaro explicar a estadia na embaixada

Da Redação

Quarta - 27/03/2024 às 18:43



Foto: Lula Marques/Agência Brasil O ex-presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)  que seria "ilógico" sugerir que ele pediria asilo político durante o período em que ficou hospedado na Embaixada da Hungria, em Brasília, no mês passado. A explicação foi enviada nesta quarta-feira (27), após o ministro dar um prazo de 48 horas para Bolsonaro explicar a estadia na embaixada.

Em vídeo divulgado pelo jornal norte-americano The New York Times, nessa segunda-feira (25), as imagens do circuito de segurança do local mostram a entrada e a saída de Bolsonaro. O ex-presidente teria permanecido no local de 12 a 14 de fevereiro, acompanhado por seguranças. Dias antes, Bolsonaro teve o passaporte apreendido por determinação de Moraes após sofrer uma busca e apreensão durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado no país após o resultado das eleições de 2022.

Pelas regras internacionais, a área da embaixada é inviolável pelas autoridades brasileiras. Dessa forma, Bolsonaro estaria imune ao eventual cumprimento de um mandado de prisão. Na petição, a defesa de Bolsonaro diz que é "ilógico" considerar que o ex-presidente pediria asilo político para a embaixada. Segundo a defesa, Bolsonaro não tinha preocupação com eventual prisão.

“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, afirmou a defesa.

Os advogados também afirmaram que o ex-presidente sempre manteve interlocução com as autoridades húngaras e rechaçaram ilações sobre eventual pedido de asilo diplomático.

“São, portanto, equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação as investigações a ele dirigidas”, completou a defesa.

Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que esteve na posse do ex-presidente em 2018. Em 2022, Bolsonaro visitou Budapeste, capital húngara, e foi recebido por Orbán. Além disso, ambos trocam constantes elogios públicos.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: