Política

Wellington teme o pior entre EUA e Rússia após ataque à Síria

"Uma guerra pode surgir em proporções que ninguém prevê", alertou o governador

Sexta - 07/04/2017 às 18:04



Foto: Katya D'Angelles/Alepi Governador  Wellington Dias na Assembleia Legislativa
Governador Wellington Dias na Assembleia Legislativa

O governador do Piauí, Wellington Dias, também está preocupado com a resposta americana ao ataque da semana passada, quando o governo sírio usou armas químicas contra o seu próprio povo. Segundo Wellington Dias violência gera violência.

"Primeiro, uma nação (a Síria) comete algo que não deve ser feito e incomoda a opinião mundial. Em retaliação, outro país (EUA) interfere de forma indevida e brutal, reproduzindo o dito de que violência gera violência", lamentou o governador.

No ataque ordenado pelo presidente da Síria, Bashar al-Assad, teria sido usado o gás “Sarin”, segundo revelaram as autópsias realizadas em algumas das mais de 80 vítimas, inclusive crianças e bebês de colo, em Khan Sheikhun, na província de Idlib, no norte da Síria.

"Esse emaranhado de conflitos começa com dois países que têm seus aliados e que, por sua vez, já se indispõem e, neste ambiente, uma guerra pode surgir em proporções que ninguém prevê", advertiu Wellington Dias.

Resposta

Nessa quinta-feira, por volta das 21h40 (hora de Brasília), 4h40 na hora local da Síria, os Estados Unidos lançaram 59  mísseis “Tomahawk, que destruíram a base aérea de Al Shayrat, perto de Homs. Os mísseis partiram do destróieres USS Porter e USS Ross contra “aeronaves, abrigos de aviões, áreas de armazenamento de combustível, logística e munição, sistema de defesa aérea e radares”, segundo Pentágono.

A Casa Branca avaliou os ataques como "decisivos, justificados e proporcionais". Os Estados Unidos estão preparados para "fazer mais" na Síria após seu primeiro ataque, mas acredita que isso não será necessário, disse a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.

Civis mortos

A agência estatal síria fala em nove civis mortos, inclusive quatro crianças. O Exército sírio diz  que 6 pessoas morreram, mas não indica se as vítimas são civis ou militares.

Repercussão

Em nota, o governo brasileiro manifestou preocupação com a escalada do conflito militar na Síria, reiterou “sua consternação com as notícias de emprego de armas químicas no conflito sírio. Reafirma a importância de que sejam conduzidas investigações abrangentes e imparciais sobre o ocorrido em Idlib, que levem à apuração dos fatos e à punição dos responsáveis. A solução para o conflito sírio requer diálogo efetivo e pleno respeito ao direito internacional. Nesse contexto, renovamos o apoio às tratativas conduzidas em Genebra sob a égide das Nações Unidas e com base nas resoluções do Conselho de Segurança”.

Enquanto países como a Inglaterra apoiaram os ataques, o presidente da Rússia, Vladimir Putin chamou de "agressão a um Estado soberano" o ataque à Síria, “baseada em pretextos inventados".

Governo sírio classificou os ataques como tolo e irresponsável. “O que os Estados Unidos fizeram não passa de um comportamento tolo e irresponsável, o que apenas revela sua visão míope a curto prazo e sua cegueira política e militar a respeito da realidade”.


O sarin

O gás sarin é uma substância neurotóxica, inodora e invisível, descoberta na Alemanha em 1938. Mesmo se ser inalado, o simples conato com a pele bloqueia a transmissão do impulso nervoso e provoca a morte por parada cardiorrespiratória. A dose letal para um adulto é de meio miligrama.

Fonte: Redação/Agências

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