Saúde

Você se sente solitário? Segundo os cientistas, isso pode ser genético

A pesquisa atual analisou cerca de 10 mil pessoas com 50 anos ou mais.

Quinta - 22/09/2016 às 13:09



Foto: Divulgação Você se sente solitário? Segundo os cientistas, isso pode ser genético
Você se sente solitário? Segundo os cientistas, isso pode ser genético

Pesquisadores da Escola de Medicina de San Diego, da Universidade da Califórnia (EUA), realizaram um estudo que associa a solidão ao genoma humano. A pesquisa afirma que "sentir-se só" está relacionado à genética, embora o ambiente também desempenhe um papel importante nesta condição.

A possibilidade da solidão ser hereditária já havia sido apresentada em estudos com gêmeos, com crianças e adultos. A partir destas análises, os pesquisadores também tentaram identificar os genes específicos que contribuem para a solidão. No entanto, segundo a equipe, as pesquisas anteriores utilizavam um número muito limitado de amostras.

A pesquisa atual analisou cerca de 10 mil pessoas com 50 anos ou mais. Os participantes responderam a três perguntas com o intuito de medir a solidão: Quantas vezes você sente que lhe falta companhia? Quantas vezes você se sente deixado de lado? Quantas vezes você se sente isolado dos outros?

A pesquisa não usa a palavra "solitário", porque, segundo os especialistas, as pessoas não se sentem à vontade em expressar esse sentimento.

De acordo com o resultado do estudo, liderado pelo professor de psiquiatria Abraham Palmer, a solidão ou a tendência a se sentir solitário ao longo da vida é uma característica moderadamente hereditária, influenciada pela genética entre 14% e 27% das vezes.

O estudo publicado na revista Neuropsychopharmacology também descobriu que o risco genético para a solidão está associado com neuroticismo (tendência para experimentar emoções negativas, como raiva ou ansiedade) e sintomas depressivos.

Diferentemente das pesquisas anteriores, os cientistas não encontraram relação entre a solidão e as variações de genes que processam dopamina (neurotransmissor responsável pela sensação de recompensa e prazer) e oxitocina (conhecida como "hormônio do amor").

Segundo Palmer, duas pessoas com o mesmo número de parentes próximos e amigos, podem ter sensações diferentes sobre a estrutura social em que vivem se adequando ou não aquele meio. "E isso é o que queremos dizer com "predisposição genética para a solidão '", explica o pesquisador.

Os pesquisadores estão trabalhando para encontrar uma variação genética específica que indique quais mecanismos do corpo influenciam a solidão.

Fonte: Uol

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