O ano de 2009 vai fechar com uma movimentação de mais de um milhão de reais provenientes de golpes contra idosos no Piauí. Dinheiro que estaria financiando o narcotráfico e outros crimes no Estado, de acordo com um levantamento realizado pela Delegacia do Idoso que atualmente é comandada pelo Delegado Marllos Sampaio.A média do valor por golpe é de R$ 5 mil, mas há registros de casos em que se aproxima de R$ 100 mil.O relatório está em fase de conclusão mas já é possível calcular que a grande maioria dos golpistas presos este ano por crime financeiros contra idosos já tinham passagem pela polícia por formação de quadrilha, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. "Isso é um indício de que os crimes praticados contra idosos estão financiando outros crimes. Uma coisa puxa a outra porque é muito dinheiro envolvido".Marlos Sampaio destacou, ainda, que os criminosos estão migrando para esse tipo de golpe por ser um crime fácil, sem riscos e que rende muito dinheiro.Atualmente, 90% dos crimes dessa natureza são cometidos através do banco de idosos, onde funcionários de bancos e do INSS estariam facilitando a concessão desses dados para os bandidos, que aplicam golpes sem precisar entrar em contato com a vítima.A maior parte dos crimes se concentra em Teresina, mas quase todos os munícipios do Estado há registros de golpes contra idosos. "É mais seguro um criminoso aplicar um golpe em idoso que assaltar um banco", afirma o delegado ao apontar que a penalidade nestes casos (considerado estelionato) também é menor que os crimes de roubo e assalto".Por se tratar de cadastros nacionais de bancos de dados, a maioria dos crimes são praticados por estelionatários de outros estados e a grande maioria do dinheiro envolvido não fica no Piauí. "Geralmente essas pessoas atuam em bancos de fora. Aqui só ficam os laranjas e as pessoas contratadas para facilitar o acesso às informações", complementou Marlos Sampaio.O delegado considera que é preciso haver mais fiscalização nos bancos para concessão de empréstimos, uma vez que os goplistas utilizam todos os documentos falsificados, inclusive com assinaturas.A situação é ainda pior porque os dados são disponibilizados em nível nacional, facilitando a ação de quadrilhas de todos os estados. "Mesmo que a gente prenda a quadrilha que realizou o golpe, aquele idoso pode sofrer outro golpe porque os dados dele já foram disseminados". "É mais seguro enganar idoso que assaltar um banco" relatou Marllos Sampaio.
Fonte: Da redação
Siga nas redes sociais
Compartilhe essa notícia:
