O estado do Maranhão destaca-se negativamente nos registros de casos de raiva animal em todo o Brasil. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, os últimos seis casos de contágio da doença no país, foram registrados em municípios maranhenses. Destes, cinco ocorreram na Região Metropolitana de São Luís e um no município de Humberto de Campos, a 260 km da capital. Os casos foram registrados entre os anos de 2011 e 2013 e todos resultaram em óbito. O último caso de morte por raiva animal foi na quarta-feira (30), no bairro do Parque Araçagi, no município de São José de Ribamar.

Os dados foram apresentados pela Superintendência Estadual de Vigilância em Saúde, na tarde de ontem, na sede do órgão, no bairro da Alemanha. Na oportunidade, a Superintendência realizou uma reunião com representantes dos municípios onde os casos da raiva foram registrados: São Luís (2), São José de Ribamar (2), Paço do Lumiar (1) e Humberto de Campos (1). O objetivo do encontro foi apresentar o plano de contingência do estado para a prevenção da doença no ano de 2013, além de cobrar dos municípios que incluam o plano na pauta de ações da Saúde para este ano.

De acordo com o secretário Adjunto da Superintendência Estadual de Vigilância em Saúde, Alberto Carneiro, a situação negativa em que o estado aparece em relação aos casos de raiva, deve-se ao não cumprimento, por parte dos municípios, das metas estabelecidas pelo estado nas campanhas de vacinação antirrábica.

"Esse destaque negativo do estado confirma uma fragilidade já observada pelos técnicos da Superintendência Estadual de Vigilância em Saúde, nas medidas profiláticas, entre elas as campanhas de vacinação, que são de responsabilidade dos municípios", comenta.

Ainda segundo o secretário, o estado repassa aos municípios, a vacina e os insumos necessários ao cumprimento das metas de vacinação. Além disso, as prefeituras ainda recebem recursos do Ministério da Saúde para reforçar o trabalho de prevenção à raiva.


Último caso

A última morte por raiva humana foi registrada em São José de Ribamar. De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde do município, Mágela Oliveira, a vítima teria contraído a doença há cerca de um ano e meio, quando foi agredido por um cão. Como não teria procurado atendimento médico, a pessoa, que não foi identificada, contraiu a raiva e veio a óbito na última quarta-feira (30 de janeiro).

A coordenadora explicou que o município sempre cumpre as metas estabelecidas nas campanhas de vacinação contra a raiva, promovidas pelo estado e que a morte registrada no município, foi em decorrência de a vítima não ter procurado atendimento logo após a agressão.

"O estado realiza duas campanhas de vacinação anuais, uma em abril e outra em setembro. Nas duas etapas, São José de Ribamar sempre cumpre a meta estabelecida, que é de 100% das doses que são destinadas aos municípios. Exemplo disso é que na última campanha, apenas concluímos a imunização no mês de dezembro", relata Mágela.


Para evitar epidemia

De acordo com o chefe do Departamento de Zoonoses do Estado, Salim Waquim, após a constatação de um caso de raiva, a primeira providência a ser tomada para evitar a proliferação da doença, é fazer o bloqueio da área do foco, em no máximo, 48 horas.

"Esse bloqueio é feito com a verificação de todos os animais da região onde foi registrado o caso", explica Salim.